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Operação Canguçu tem 1º fase encerrada e balanço da PM é apresentado em evento; “a PM nunca trabalha para matar, trabalha para prender” diz Wanderlei Barbosa
Há 39 dias, equipes formadas por policiais de cinco estados do país embarcaram em uma missão que entraria para a história como a maior operação policial integrada já realizada no país. Um evento foi realizado no Quartel do Comando Geral da PMTO, em Palmas, nesta quinta-feira (18), para anunciar o balanço da 1º fase da Operação Canguçu, que chegou ao fim após 18 mortes e cinco prisões, além de dezenas de armas e centenas de munições apreendidas na zona rural do Tocantins durante a busca pelos criminosos que aterrorizaram a cidade de Confresa-MT.
O evento contou com a presença do Governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), o Secretário Nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, o Comandante da Polícia Militar do Estado, Márcio Barbosa, além de deputados federais, estaduais e outras autoridades militares.
O destaque está nos números
Apesar dos vários obstáculos apresentados pelo terreno, clima e preparo dos criminosos, a operação teve fim sem nenhum policial abatido ou ferido em combate. A ação conseguiu alcançar 21 suspeitos de participação direta no assalto e três pessoas que apoiaram o grupo na tentativa de fuga. Foram ao todo 18 suspeitos mortos em confronto com a PM e cinco pessoas presas. Além da apreensão de:
- 22 fuzis
- 2 pistolas
- Mais de 2 mil munições
- Mais de 20 capacetes e coletes balísticos
- R$5 mil em espécie
Foram montadas barreiras policiais em vários pontos da região oeste e central do Estado, onde também foram coibidos diversos crimes e irregularidades que foram apresentados como um bônus da Operação. Os resultados dessas ações foram:
- 10 mandados de prisão cumpridos
- 5 veículos irregulares apreendidos
- 1 arma de fogo apreendida
- 3 apreensões de drogas
- 1 crime ambiental
O Comandante Márcio, iniciou a solenidade, relembrando como os trabalhos foram iniciados e a forma como conseguiu o suporte de outros estados para a operação: “Eu estava em um evento no Rio de Janeiro quando soube do crime e de imediato solicitei equipes para a divisa do Tocantins com o Mato Grosso. O comandante da PM de Minas Gerais estava presente no evento e apesar de não fazer fronteira, se dispôs a ajudar enviando tropas ao local”, afirmou.
Márcio também ressaltou o que de fato teve maior importância para a corporação: “Estamos devolvendo os policiais são e salvos graças a Deus. Depois de 39 dias, estão voltando para suas famílias bem”
Wanderlei Barbosa
A parceria entre as polícias militares, inclusive envolvendo agentes de estados que não fazem fronteira com o Tocantins, foi algo inédito e demonstrou uma maneira de atuação mais democrática e robusta das forças de segurança do país. Para o Governador Wanderlei Barbosa, o Estado está “Inaugurando um novo modelo de segurança pública, um novo modelo de operação integrada, onde as forças de segurança se juntaram para combater o crime organizado”, e afirma: “nós vamos continuar dessa forma.”
Wanderlei relembrou da Operação Hórus Divisa, realizada em 2019, que teve como resultado a morte de seis criminosos e um policial militar durante confronto:
“Quando teve aquela operação em Pequizeiro, eu estava como Vice-governador recebendo aquela turma. Nós tivemos vitória, mas a vitória não foi completa. Nós perdemos o sargento Gama, e aquilo nos trouxe uma tristeza muito grande […] Nós nunca teremos vitória quando perdemos alguém, sempre vamos lembrar como perda, mas neste momento a vitória foi diferente. Eu quero agradecer a cada um de vocês, é muito gratificante receber todos vocês vivos em paz, voltando para suas famílias.”
“A gente gostaria de ter prendido esses bandidos, a Polícias Militar nunca trabalha para matar, trabalhar para prender, mas infelizmente eles reagiam e atiravam na polícia, então a PM teve de se defender […] Nosso trabalho foi esse, orientação que demos para os nossos comandantes foi para que tivessem cuidado com a segurança dos nossos homens, para que tivessem equipados para trabalhar com segurança, então nossa avaliação de tudo isso foi positiva, parabenizando todas as nossas forças da Polícia Militar e a dos mais diversos estados que tiveram envolvidos nessa operação”, finalizou o Governador.
Governo Federal
Para o Secretário Nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, o Governo Federal não medirá esforços para apoiar os Estados quando necessário, mesmo que os partidos governantes sejam de diferentes ideologias: “O ministerio da justica e Seguranca Nacional vão apoiar todos os estados envolvidos, não precisamos de alinhamento político para ajudar os estados quando eles precisam […] Num país onde com apenas 3% da população mundial, somos responsáveis por 20% dos homicídios do planeta… é muito importante que a gente possa ter os três níveis de governo, União Estado e município, atuando de forma integrada federativa, cooperativa.” Afirmou Tadeu.
A respeito do número de mortes e o possível uso excessivo de força da PM na Operação, “todos sabem que não precisamos usar energia quando ela não é necessária, mas se ela é necessária, é importante que a criminalidade organizada possa saber que vai enfrentar a autoridade do Estado brasileiro” finalizou o secretário.
A saúde mental dos policiais militares é algo pouco debatido na esfera social. Devido à natureza desafiadora e estressante do trabalho, os profissionais dessa área podem estar expostos a situações traumáticas, pressões emocionais e altos níveis de estresse. Para Tadeu Alencar, este é um fator que merece destaque:
“A pressão que é imposta aos trabalhadores da segurança pública termina em muitas mazelas, como alcoolismo, depressão, distúrbios emocionais, terminando em tragédias como a que houve no Ceará, em que um policial matou quatro de seus colegas […] É muito importante que a gente saiba que é preciso cuidar da saúde desse trabalhador, que é importante ter políticas sociais de valorização profissional, capacitação programas de habitação popular, que melhore a vida daqueles que trabalham diuturnamente, em favorecer o enfrentamento à violência, sempre democrático”. Finalizou Tadeu sob muitos aplausos da plateia e policiais presentes.
Avaliação e próximo passo
Foram 39 dias em uma densa área de matagal, com inúmeros obstáculos, onde foi aplicados cerca de 350 policiais de cinco estados diferentes. Eles formaram uma força-tarefa e utilizaram tecnologia, como binóculos com visão noturna e drones com câmeras termais, para localizar os criminosos.
Os assaltantes fugiram pelos rios Araguaia e Javaés, invadindo propriedades e fazendo reféns ao longo do caminho. Com técnicas de despistamento como sacos nos pés e abrigamento em topo de árvores, os criminosos demonstraram conhecimento em fuga e no uso dos armamentos pesados como fuzis .50 e AK-47, materiais explosivos, detonadores; além de equipamentos como coletes balísticos, capacetes balísticos, coturnos, luvas, joelheiras, cotoveleiras, balaclavas e mochilas.
Conforme o Comandante Márcio, a operação entrará em uma fase onde os bloqueios policiais serão mantidos e diversas investigações aprofundadas serão feitas pelo serviço de inteligência, visando identificar e localizar os criminosos que deram apoio à quadrilha.
A corporação também solicitou que a população continue auxiliando o trabalho do Estado, enviando informações sobre qualquer tipo de anormalidade na região. Uma equipe será mantida na cidade der Marianópolis, onde houve um maior número de criminosos encontrados, para atender a esta demanda.
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