29 de abril de 2024 16:41

Plantão Policial

Investigação da PF sobre grupo de extermínio formado por policiais civis terá audiência para ouvir mais de 60 testemunhas em Palmas

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Investigação da PF sobre grupo de extermínio formado por policiais civis terá audiência para ouvir mais de 60 testemunhas em Palmas

A partir desta terça-feira (9), terão início as audiências de instrução do processo que investiga um grupo de extermínio composto por policiais civis em Palmas. Serão ouvidas 65 testemunhas ao longo do período, e as audiências devem seguir até o dia 19 do mesmo mês no Fórum de Palmas.

Além das testemunhas, sete policiais civis também participarão das audiências nos dias 17 a 19 de maio. Entre eles, estão os delegados Ênio Walcacer e Amaury Santos, investigados por formarem o grupo de extermínio e cometido homicídios na capital, sob o pretexto de promover uma espécie de “limpeza social”.

Conforme a investigação da Polícia Federal, o grupo agia dentro da Divisão Especializada de Repressão a Narcóticos de Palmas (Denarc) e utilizava os carros da própria unidade para cometer os assassinatos.

A sessão

A sessão desta terça-feira começou às 8h. Quatro pessoas devem ser ouvidas ao longo do dia, sendo duas pela manhã e duas à tarde. O Tribunal de Justiça limitou o uso de vagas para familiares de vítimas e réus envolvidos, além do público e entidades classistas. Serão 82 poltronas, o que representa 57% das cadeiras disponíveis. A limitação visa garantir a segurança de todos os participantes.

Entre os nomes indicados pela defesa e acusação estão delegados da Polícia Civil e da Polícia Federal, agentes da PC, parentes de vítimas, promotores, secretários, ex-secretários e até o ex-governador Mauro Carlesse (Agir).

A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins informou que os fatos estão judicializados e que há um processo administrativo para apuração.

A defesa do delegado Ênio Walcacer informou que a audiência vai ser para comprovar a inocência dele. A defesa do delegado Amaury Santos disse que estranha que Amaury ainda esteja preso, já que não haveria razões para isso. A defesa ressaltou ainda que está empregando todos os esforços para que o delegado seja inocentado.

A defesa dos agentes afirma ter certeza da inocência deles e diz que as denúncias são absurdas.

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Investigações

Segundo as investigações, o grupo seria responsável por várias mortes que aconteceram em Palmas entre 2019 e 2020. Entre as execuções supostamente atribuídas ao grupo de extermínio, a denúncia cita as mortes de Geovane Silva Costa e Pedro Henrique Santos de Souza, que ocorreram em março de 2020 no Setor União Sul, em Palmas.

Para os promotores, os assassinatos teriam sido cometidos por motivo torpe e “na intenção dos agentes de promover uma ‘limpeza social’ em Palmas”, já que as vítimas eram pessoas com antecedentes criminais.

Todos os denunciados são suspeitos de integrarem o grupo de extermínio. Segundo apurado, os agentes Antônio Júnior, Antônio Mendes, Carlos e Giomari seriam responsáveis por cometer os assassinatos. Callebe acompanhava em tempo real a localização e deslocamento das vítimas e os delegados seriam responsáveis por coordenar as ações, ‘instigando e incentivando os executores’.

A denúncia também cita que o delegado Amaury e os agentes Antônio Mendes, Giomari e Callebe também teriam atrapalhado a apuração de crimes que supostamente envolviam a organização criminosa quando descobriram que estavam sendo investigados, entre março e maio deste ano.

Defesa dos policiais

 

No dia 20 de julho, o advogado dos policiais civis se posicionou alegando que o grupo é inocente e vítima perseguição por não colaborar com possíveis ilegalidades dentro da Polícia Civil. Também afirmou que mortes citadas na denúncia se tratam de ‘guerra de facções’.

Fonte: G1 Tocantins

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