A partir desta terça-feira (9), terão início as audiências de instrução do processo que investiga um grupo de extermínio composto por policiais civis em Palmas. Serão ouvidas 65 testemunhas ao longo do período, e as audiências devem seguir até o dia 19 do mesmo mês no Fórum de Palmas.
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Além das testemunhas, sete policiais civis também participarão das audiências nos dias 17 a 19 de maio. Entre eles, estão os delegados Ênio Walcacer e Amaury Santos, investigados por formarem o grupo de extermínio e cometido homicídios na capital, sob o pretexto de promover uma espécie de “limpeza social”.
Conforme a investigação da Polícia Federal, o grupo agia dentro da Divisão Especializada de Repressão a Narcóticos de Palmas (Denarc) e utilizava os carros da própria unidade para cometer os assassinatos.
A sessão
A sessão desta terça-feira começou às 8h. Quatro pessoas devem ser ouvidas ao longo do dia, sendo duas pela manhã e duas à tarde. O Tribunal de Justiça limitou o uso de vagas para familiares de vítimas e réus envolvidos, além do público e entidades classistas. Serão 82 poltronas, o que representa 57% das cadeiras disponíveis. A limitação visa garantir a segurança de todos os participantes.
Entre os nomes indicados pela defesa e acusação estão delegados da Polícia Civil e da Polícia Federal, agentes da PC, parentes de vítimas, promotores, secretários, ex-secretários e até o ex-governador Mauro Carlesse (Agir).
A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins informou que os fatos estão judicializados e que há um processo administrativo para apuração.
A defesa do delegado Ênio Walcacer informou que a audiência vai ser para comprovar a inocência dele. A defesa do delegado Amaury Santos disse que estranha que Amaury ainda esteja preso, já que não haveria razões para isso. A defesa ressaltou ainda que está empregando todos os esforços para que o delegado seja inocentado.
A defesa dos agentes afirma ter certeza da inocência deles e diz que as denúncias são absurdas.
Investigações
Segundo as investigações, o grupo seria responsável por várias mortes que aconteceram em Palmas entre 2019 e 2020. Entre as execuções supostamente atribuídas ao grupo de extermínio, a denúncia cita as mortes de Geovane Silva Costa e Pedro Henrique Santos de Souza, que ocorreram em março de 2020 no Setor União Sul, em Palmas.
Para os promotores, os assassinatos teriam sido cometidos por motivo torpe e “na intenção dos agentes de promover uma ‘limpeza social’ em Palmas”, já que as vítimas eram pessoas com antecedentes criminais.
Outras três mortes que ocorreram no mesmo dia das anteriores, só que no Setor Aureny I, também são associadas aos denunciados. As vítimas são José Salviano Filho Rodrigues, Karita Ribeiro Viana e Swiany Crys Moreno dos Santos, que morreram nas mesmas condições.
Todos os denunciados são suspeitos de integrarem o grupo de extermínio. Segundo apurado, os agentes Antônio Júnior, Antônio Mendes, Carlos e Giomari seriam responsáveis por cometer os assassinatos. Callebe acompanhava em tempo real a localização e deslocamento das vítimas e os delegados seriam responsáveis por coordenar as ações, ‘instigando e incentivando os executores’.
A denúncia também cita que o delegado Amaury e os agentes Antônio Mendes, Giomari e Callebe também teriam atrapalhado a apuração de crimes que supostamente envolviam a organização criminosa quando descobriram que estavam sendo investigados, entre março e maio deste ano.
Defesa dos policiais
No dia 20 de julho, o advogado dos policiais civis se posicionou alegando que o grupo é inocente e vítima perseguição por não colaborar com possíveis ilegalidades dentro da Polícia Civil. Também afirmou que mortes citadas na denúncia se tratam de ‘guerra de facções’.
Fonte: G1 Tocantins