Na manhã desta quarta-feira (21), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) cumpriu os mandados de busca da Operação Arinna, iniciada pelo Ministério Público de São Paulo, em duas empresas e um contador em Palmas. A investigação tem o objetivo de averiguar se os combustíveis de vários estados do Brasil estão sendo adulterados por uma organização criminosa.
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A operação é realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do MPE de São Paulo, Polícia Rodoviária Federal e Receita Federal.
Os mandados para o Tocantins foram cumpridos em duas empresas, supostamente de fachada, e um apartamento em um prédio na Arse 13, antiga 108 Sul. Imagens feitas pela PRF mostram o momento em que os agentes entraram nos locais.
Em uma das supostas empresas foram encontradas salas vazias, com apenas uma canoa no meio de um salão. Um dos agentes comentou que no local havia bastante teias de aranha.
O contador investigado, não teve o nome revelado, mas há imagens no momento em que os agentes entraram no apartamento dele.
Durante as buscas foram apreendidos documentos e equipamentos eletrônicos que servirão para os investigadores desvendarem o suposto esquema criminoso. A PRF informou que vai fazer um balanço da operação e repassar mais informações durante uma entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (21).
Entenda
Segundo os investigadores, o objetivo da operação é desarticular uma organização criminosa que tinha um sofisticado processo de adulteração de combustível e de importação ilegal de compostos usados na mistura da gasolina e do diesel. O grupo teria sonegado mais de R$ 538 milhões em tributos federais.
Ao todo, são cumpridos dois mandados de prisão e 16 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro Minas Gerais, Bahia, Tocantins, Rondônia e Rio Grande do Sul.
Um dos alvos é Ricardo de Oliveira, apontado como chefe do esquema. Ele foi preso em sua casa, em Santo André, no ABC paulista.
A polícia também prendeu André Luiz Riberio, sócio de uma das empresas. De acordo com os investigadores, ele era o responsável pela importação de compostos derivados do petróleo usados para as adulterações.
Investigação
O Ministério Público de São Paulo aponta que a organização criminosa era especializada na adulteração de combustíveis e do composto químico ARLA 32, reagente utilizado para garantir maior eficiência na redução dos poluentes nos motores a diesel.
Os investigadores constaram que o grupo fabricava o ARLA32 utilizando-se, irregularmente, de ureia destinada à fabricação de adubos e fertilizantes, isenta de tributos normalmente cobrados da ureia automotiva, mais pura. A mistura, além de causar mais danos ao meio ambiente, pode danificar o motor do veículo.
Também foi verificado que a organização criminosa importava irregularmente nafta (produto incolor extraído do petróleo e matéria-prima básica para a produção de plástico), sob a justificativa de que o produto seria destinado à fabricação de tintas e vernizes. Porém, as investigações indicaram que esse insumo era misturado à gasolina no processo de adulteração.