4 de maio de 2024 21:07

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Desmatamento em terra indígena: PF diz que madeira extraída foi usada para construir cercas de fazendas

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Desmatamento em terra indígena: PF diz que madeira extraída foi usada para construir cercas de fazendas
Equipes estiveram nas aldeias em Tocantinía durante a operação — Foto: Divulgação/Polícia Federal

O delegado da Polícia Federal Nilson Vieira dos Santos, um dos responsáveis pela operação que investiga o desmatamento ilegal no território indígena Xerente, em Tocantínia, informou que a madeira foi revendida dentro do Tocantins e utilizada principalmente na construção de cercas para fazendas.

“O que nós observamos é que na maior parte elas são utilizadas para a construção de cercas nas propriedades rurais. Principalmente as madeiras mais nobres, elas são muito resistentes. Eles fazem beneficiamento, colocam como estacas e na maioria é para esta destinação”, explicou.

Ele relatou ainda um forte aumento no ritmo da devastação recentemente. “De 2019 para cá tem acelerado muito, 2029 – 2020. Tem uma mata específica, Mata Grande, ela foi muito dizimada. Atualmente nós identificamos intensificado o desmatamento na mata do Janipapo”, diz ele.

A investigação começou após uma série de flagrantes e apreensões de órgãos ambientais na região. Nesta manhã, as equipes da PF cumpriram um mandado de prisão e 11 ordens de busca e apreensão. A Polícia Militar foi chamada para prestar apoio na ação.

A operação foi autorizada pelo juiz João Paulo Abe, da 4ª vara da Justiça Federal do Tocantins. O g1 e a TV Anhanguera tiveram acesso à decisão. O documento afirma que a PF viu indícios de extração em larga escala de madeira com alto valor comercial.

O alvo do mandado de prisão é suspeito de chefiar o esquema e aliciar os indígenas. Endereços ligados a alguns dos indígenas também devem ser alvo de buscas, por suspeita de que eles teriam colaborado com os crimes. Segundo o delegado Nilson Vieira, o número de indígenas que teriam participação é considerado pequeno diante da quantidade de moradores.

A etnia Xerente é a que tem a maior população entre os povos indígenas do Tocantins. São mais de três mil moradores em cerca de 90 aldeias.

A operação foi chamada de ‘Krikahâ’, palavra que significa Tocantínia em Akwẽ-Xerénte, idioma nativo do povo indígena Xerente.

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