26 de abril de 2024 09:31

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Caso de jovem desaparecida há mais de dois anos, em Palmas, pode ter ligação com grupo de extermínio, diz a PF

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Caso de jovem desaparecida há mais de dois anos, em Palmas, pode ter ligação com grupo de extermínio, diz a PF

O caso do desaparecimento de Samylla Lorrany Marques, segundo a Polícia Federal, pode ter uma ligação com um suposto grupo de extermínio. A família da jovem afirma que ela sumiu durante uma operação da Divisão Especializada de Repressão a Narcóticos de Palmas (Denarc) com a Polícia Militar, em novembro de 2019. Nesta operação, o namorado da moça e outro homem foram mortos durante abordagem. As duas mortes estão entre as investigadas pela operação Caninana da PL.

“Todos os indícios mostram que ela estava na casa onde teve aquela ação policial e eu preciso de uma resposta porque não tem como uma mãe seguir a vida sem saber da verdade que aconteceu com a minha filha, o que fizeram, onde jogaram. Só preciso de Justiça, preciso que a verdade apareça”, pediu Dinalva Soares, mãe de Samylla.

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Segundo a investigação da Polícia Federal, o suposto grupo de extermínio teria envolvimento com pelo menos duas dezenas de mortes entre 2019 e 2020. A polícia descobriu que o grupo usava veículos da própria delegacia para cometer os crimes.

 

Dois episódios são citados nas decisões que autorizaram o cumprimento de mandados de buscas e a prisão de cinco agentes da Polícia Civil. O primeiro foi em 21 de novembro de 2019 quando Bryan Felipe Inomata e Adagilson Taverira Bezerra morreram em uma kitnet no Aureny III. Os dois tinham passagem pela polícia.

Na época a polícia afirmou que eles reagiram e houve troca de tiros, mas as famílias das vítimas contestam a versão. Um celular de Bryan, inclusive, foi achado na casa de um dos agentes investigados durante outra operação em 2021.

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Samylla era namorada de Bryan. Testemunhas e a mãe afirmam que ela estaria no local e nunca mais foi vista.

“Que eu possa pelo menos dar um enterro digno para minha filha. Saber o que aconteceu de verdade para que meu coração possa ter paz. Não tem nada pior do que uma perda, de um desaparecimento, porque você tem esperança que esteja vivo e às vezes acha que não está. É uma dúvida, um tormento. Você não vive”, diz a mãe.

 

Os outros assassinatos citados pelo colegiado de juízes que autorizou a operação Caninana são de Geovane Silva Costa, Pedro Henrique Santos de Souza, José Salviano Filho Rodrigues, Karita Ribeiro Viana e Swiany Crys Moreno dos Santos.

Estas cinco pessoas foram executadas em dois eventos criminosos ocorridos em 27 de março de 2020. Alguns eram ex-presidiários e outros eram investigados ou parentes de pessoas com envolvimento com tráfico. Na época, Polícia Civil afirmou que as mortes ocorreram por brigas de facções criminosas, mas agora, a PF afirma que os próprios policiais da Denarc teriam disparado contra as pessoas.

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Em um relatório que o g1Tocantins teve acesso com exclusividade, há uma análise do triplo homicídio. A posição do atirador seria uma técnica ensinada pelas academias de policia. Fato que no entendimento da Polícia Federal, se diferencia das mortes que acontecem em conflitos entre facções.

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