A investigação da Polícia Civil no caso de assassinato do casal Lindomar Cardoso, de 54 anos, e João Miguel Pereira, de 62 anos, em uma chácara de Paraíso do Tocantins, na região central do estado, obteve novos indícios sobre a autoria do crime. O laboratório de genética do Instituto de Criminalística confirmou que o sangue encontrado no sapato do suspeito era de uma das vítimas.
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O principal suspeito dos assassinatos é um homem de 36 anos, que era ex-funcionário na propriedade do casal, e está preso desde o dia 19 de dezembro. Ele participou da reconstituição do crime e disse que queria matar apenas João Miguel, mas a mulher presenciou a morte do marido e por isso decidiu matá-la também.
Segundo a Polícia Civil, o exame de DNA comprova que o suspeito esteve na cena do crime e é um forte indício de participação no assassinato, mesmo que ele venha a negar a autoria durante o julgamento.
A prova foi encontrada durante o cumprimento de um mandado de busca na casa do suspeito, quando foi apreendido o par de botas com vestígios de sangue. A polícia não informou se os vestígios de sangue encontrados eram de João Miguel, da esposa ou dos dois.
Ainda segundo a Secretaria de Segurança Pública, outros vestígios biológicos foram coletados das vítimas e de um pedaço de madeira. Esses materiais seguem em análise e poderão demonstrar o instrumento usado para matar o casal e ainda se a mulher teria sofrido abuso sexual.
O crime
Lindomar Cardoso, de 54 anos e João Miguel Pereira, de 62 anos, foram mortos de forma brutal em uma chácara às margens da TO-080, entre Paraíso do Tocantins e Monte Santo, no fim de novembro de 2020.
O crime chocou a população da cidade, pois o casal era muito conhecido e querido na região. O chacareiro era portador de diabetes e tinha uma deficiência física que o deixava com a mobilidade reduzida.
“As vítimas foram encontradas em sua residência com lesões graves no corpo. O senhor teria sido morto a pauladas na região do crânio e a mulher, a pauladas e com perfurações cortantes na região pélvica”, explicou o delegado Hismael Athos, responsável pelas investigações.
Testemunhas contaram à polícia que o suspeito começou a ficar relapso com suas funções e se insinuar sexualmente para a Lindomar Cardoso. Por isso, acabou sendo demitido. Além disso, em agosto desse ano o casal teria percebido o desaparecimento de objetos da chácara.
Durante buscas na casa do suspeito foram localizados os objetos que haviam sido furtados da chácara, assim como um par de botinas que estava manchado com sangue.
O suspeito foi localizado e preso pela Polícia Civil no dia 18 de dezembro. Ele confessou o crime e disse que matou as vítimas em razão de ter sido demitido da fazenda. O homem foi indiciado por duplo homicídio qualificado, furto consumado e furto tentado. O inquérito policial foi concluído e enviado para o Ministério Público do Tocantins.