20 de dezembro de 2019, é uma das datas marcadas na memória de Cláudia Saraiva de Souza, que aos 35 anos, sofreu um acidente de trânsito com consequências irreversíveis. Três anos depois, nesta sexta-feira (4), ao Jornal Sou de Palmas, ela ainda relata todos os obstáculos que passou a enfrentar e sonho de poder voltar a ter sua vida antiga.
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O acidente
Na tarde do dia em questão, Cláudia, moradora da zona rural de Palmas, que trabalhava como gari na época, voltava do trabalho em uma motocicleta quando foi surpreendida por um carro que fazia uma ultrapassagem indevida, conhecida como ‘gato’, na BR-010, da Capital. A mulher teve o pé completamente dilacerado e conta que viu sua vida passar diante dos olhos.
Desde então, uma baralha diária começou com Cláudia internada por mais de 3 meses no Hospital Geral de Palmas (HGP) lutando para sobreviver. Nesse período, devido ao seu estado de saúde vulnerável, ela acabou contraindo, no osso do pé direito, uma bactéria que causou osteomielite crônica, resultando na amputação do membro.
Dificuldades o tratamento
A ex-gari teve que se deslocar até Barretos, no estado de São Paulo, em busca de um tratamento com mais qualidade. Nesse sentido, também precisou custear os valores da mudança que incluíam moradia, alimentação, transporte e remédios.
Então, por meio de doações, ela conseguiu se manter por algum tempo, mas hoje, infelizmente, Cláudia está com o processo interrompido. Apesar de ter adquirido uma prótese, ela conta que ainda não se adaptou: ”É uma fase difícil, atualmente ainda não consegui passar pelo período de adaptação e caso eu não consiga, terei que voltar para Barretos”, disse ela.
Principais obstáculos
”O pior obstáculo é não poder andar, fazer o serviço diário, coisas simples como, por exemplo, não consigo me abaixar. É preciso muita fé”, destaca Cláudia
Ela também descreve como está rua rotina hoje e diz ser muito dependente do marido para realizar várias atividades cotidianas. Além disso, menciona ainda os empecilhos para voltar ao mercado de trabalho, o que ela vê como necessidade para garantir o sustento das duas filhas.
”Eu sonho em voltar a andar com uma prótese boa, conseguir voltar a trabalhar, para ter uma vida normal novamente”, completa a mulher.
Custo da imprudência no Trânsito
Cláudia foi vítima de irresponsabilidade no trânsito e pagará o preço pelo resto da vida. A educação nas estradas é capaz de salvar vidas e seguir as normas do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é fundamental para que situações como essa não aconteçam.
A Secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana (Sesmu) alerta constantemente para os riscos de realizar um ‘gato’ no trânsito, de acordo com a pasta, trata-se de uma infração gravíssima penalizando o motorista através de multa alta, no valor de R$ 880,41, além de sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Em Palmas, visando democratizar o acesso à educação no trânsito, a Sesmu criou o canal no Youtube ‘Agente responde’, em que vários pontos a respeito do tema são explanados. Inclusive sobre o ‘gato’, no qual o agente Miranda destaca que as razões para preferir o percurso correto e não a conversão irregular: ”Pode salvar muitas vidas tanto na fila do SUS quanto na própria via”, afirma ele.
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