O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou nesta terça-feira (29) a prisão preventiva do advogado Thiago Marcos Barbosa de Carvalho, preso desde 18 de março deste ano durante desdobramentos da Operação Sisamnes, da Polícia Federal. A decisão estabelece que ele será libertado, mas deverá cumprir medidas cautelares.
Thiago Barbosa, que é sobrinho do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), é investigado por suposto envolvimento em esquema de vazamento de informações sigilosas de operações judiciais, entre elas, a Fames-19 e a Máximus. O governador não é investigado.
Com a decisão, a defesa do advogado informou que a expectativa é que ele seja solto até esta quinta-feira (31), após a emissão do alvará de soltura para a Unidade Penal de Palmas. Segundo os advogados Lucas Mendonça Cavalcante, Evellin Faquini Moura Coelho e Beatriz Castro Cavalcante, agora o foco será comprovar a inocência do cliente.
Na justificativa para revogar a prisão, o ministro Zanin considerou que outros envolvidos na mesma investigação – incluindo o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), o policial civil Marco Augusto Velasco e o advogado Antônio Ianowich Filho – também tiveram suas prisões revogadas. Por isso, os mesmos efeitos deveriam se aplicar ao caso de Thiago.
A liberdade, porém, será condicionada a medidas cautelares como: proibição de contato com qualquer outro investigado nas operações Sisamnes, Fames-19 ou Máximus, além da retenção do passaporte e impedimento de deixar o país.
Entenda a investigação
Segundo a Polícia Federal, Thiago Barbosa teria tido acesso privilegiado ao inquérito da Operação Fames-19, que apura desvios em programas sociais de distribuição de cestas básicas no Tocantins. A suspeita é de que ele tenha repassado essas informações ao tio, o governador Wanderlei Barbosa. Na época, o chefe do Executivo estadual alegou, por meio de nota, que já estava oficialmente habilitado no processo e, portanto, não teria recebido informações sigilosas de forma irregular.
Thiago atuava como assessor jurídico do Ministério Público do Tocantins e foi exonerado do cargo no mesmo dia de sua prisão, em março. O inquérito policial apura, entre outros crimes, corrupção, violação de sigilo funcional e obstrução de justiça. As investigações seguem sob sigilo no Supremo.
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