27 de abril de 2024 10:16

Palmas

Empresa de energia solar de Palmas some e deixa clientes no prejuízo; um homem chegou a pagar R$ 47,5 mil pelo serviço

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Empresa de energia solar de Palmas some e deixa clientes no prejuízo; um homem chegou a pagar R$ 47,5 mil pelo serviço

Dezenas de moradores de Palmas dizem ter caído em um golpe. O sonho de abastecer a casa com energia solar acabou se tornando um pesadelo. A denúncia é que empresa responsável pela instalação, Via Solare, supostamente desapareceu e não responde mais aos chamados dos clientes, que foram lesados e ficaram no prejuízo.

As equipes do g1 e da TV Anhanguera não conseguiram contato com a empresa Via Solare nem com o proprietário.

Um desses clientes é o aposentado Antônio da Silva. Ele chegou a fazer um empréstimo de R$ 47,5 mil em um banco para comprar e colocar um kit completo com 22 placas de energia solar na casa dele. O dinheiro caiu direto na conta da empresa contratada, que só instalou doze das placas.

“Esse equipamento não supre nem 40% da minha necessidade. Eu estou pagando uma conta de energia alta, estou pagando o financiamento… se eu parar, o banco me protesta”, comenta o aposentado.

Além de Antônio, dezenas de pessoas de Palmas dizem ter caído no golpe. É o caso da assistente social Maria Divina. Ela fez o empréstimo de mais de R$ 22 mil e nenhuma placa foi instalada.

“Eu paguei para ter o serviço e não tive esse serviço na minha casa. Ele [o proprietário da empresa] não atendeu mais ao telefone, a funcionária dele também não, que foi me atender no meu endereço, não me atendia mais”, conta a assistente social.

A empresa funcionava em Taquaralto, na região Sul de Palmas. Segundo os clientes, há pelo menos quatro meses ninguém mais foi visto no local. O dono da empresa é Francisco Silva Leal. Quando os clientes conseguem conversar com funcionários da empresa, ouvem justificativas que consideram infundadas.

“Sim, nós estamos com esse probleminha com a carga, que já tá atrasado alguns dias. Faltou o equipamento junto ao fornecedor e esses equipamentos, eles chegam no Brasil vindo do exterior, né? Mas já está sendo providenciado para que entrega esses equipamentos o quanto antes, tá?”, disse uma funcionária em uma conversa por telefone.

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O autônomo Domingos Salvino disse que os primeiros contatos deram certo, mas que tudo mudou depois. 

“Eu fiz o primeiro contrato com o Francisco e deu tudo certo. Só que aí eu aumentei meu consumo e acabei que chamei novamente, nós combinamos o valor de placa para ele fornecer. Ele ainda levou as ferragens pra mim, mas o restante das coisas não levou mais”, relatou.

Em outra ligação para a empresa, eles garantem até um prazo, que não foi cumprido.

“Conversei com o Francisco hoje. Ele falou que agora, na primeira semana de janeiro, o material tá chegando. E aí já faz a distribuição, tá bom?”, informa uma funcionária.

O prejuízo financeiro pode deixar clientes com nome negativado. É o que aconteceu com um cliente que financiou R$ 39 mil por 24 placas, mas que não foram entregues. 

“Fui tentar comprar uma casa que não tenho casa aqui, não posso, meu nome não passou porque meu nome já está na lista de inadimplência. É muito doído pra gente, que quer ter as coisas da gente e um cara desse segurando o nome da gente todinho”, lamenta o autônomo Pedro Ferreira Pinto.

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Boletim de ocorrência

Como a promessa não foi cumprida, dezenas de boletins de ocorrência já foram registrados. A orientação jurídica também indica denúncia junto ao Procon, e que a situação pode ser caracterizada como estelionato.

“Buscar um advogado de confiança, defensoria pública e ingressa com a medida liminar de bloqueio de bens, congelamento de possíveis bens que esse indivíduo tenha. Porque se discute futuramente a possibilidade de ressarcimento ou até mesmo de receber uma possível indenização”, orienta o advogado do consumidor, Rafael Cabral.

Enquanto isso, os clientes lamentam os prejuízos. “Sabe quando é arrancado um sonho seu? Caí num golpe feito uma boba”, comenta Maria Divina.

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