A região do Bico do Papagaio, no norte do Tocantins, está em uma situação grave devido as fortes chuvas. As enchentes seguem causando prejuízos a agricultores, arrastando trechos de rodovias e impactando famílias de vários locais.
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Na zona rural de Praia Norte, com a casa inundada, moradores montaram barracas de lona no meio do mato, único pedaço de terra que ainda não foi inundado. “Já é a última opção, porque se encher ali agora, temos que ir embora”, disse o produtor rural Cícero Leoncio.
O último boletim divulgado pela Defesa Civil mostra um aumento no número de famílias atingidas pelas cheias dos rios. Até esta quinta (6), eram 328 desabrigados e 416 desalojados. O primeiro termo é usado para designar pessoas que precisaram sair das suas casas e foram levadas para abrigos públicos. O segundo, se refere aqueles que foram para casas de parentes ou amigos.
Nesta sexta-feira, a quantidade de desabrigados se manteve em 328 e o desalojados subiu para 516. Ao todo, 31 municípios estão sendo monitorados.
Em Esperantina, extremo norte do Tocantins, o pasto virou rio. A água subiu tanto que invadiu os currais e o gado precisou enfrentar a água. No início da semana, ribeirinhos tentaram salvar os animais que não se perderam na correnteza, puxando-os por meio de uma embarcação.
Muitas famílias tiveram que sair das suas casas às pressas e deixaram os animais para trás porque não conseguiram levá-los. A preocupação é que o nível do rio continue subindo.
Na cidade de Praia Norte, a todo tempo, moradores chegam nos barcos com eletrodomésticos, móveis, itens pessoais e animais. O nível do rio Tocantins é alto no município.
Essa é a maior cheia dos últimos 15 anos no Tocantins. Córregos e rios transbordaram e afetaram os ribeirinhos. Muitos perderam porcos, tanques de peixes e lavouras.
Já em Talismã, no sul do estado, cerca de 50 famílias de um assentamento ficaram ilhadas. A Defesa Civil e voluntários usaram pedras para criar um acesso no rio Canabrava.
A previsão é de que o rio Tocantins pode subir ainda mais nos próximos dias. “O nosso sofrimento aqui começou no início do Natal. A gente passou o ano novo dentro de uma casa e olhando a água ao redor”, disse uma ribeirinha.