Na noite desta quarta-feira (17), a Secretaria de Cidadania e Justiça, responsável pelos sistemas prisional e socioeducativo do Tocantins, determinou a criação de um grupo especializado dentro da Polícia Penal.
- Publicidades -
A portaria com a mudança foi publicada no Diário Oficial do Estado. A equipe deverá, entre outras funções, lidar com casos de motins, rebeliões e fugas nos presídios tocantinenses.
Inicialmente, este grupo de elite terá 32 integrantes que serão selecionados entre os servidores que estão ativos como agentes de execução penal. Quem se inscrever para as vagas vai passar por avaliações psicológicas, checagem de antecedentes criminais e por treinamento específico, caso seja selecionado.
Além de situações de emergência, os servidores também vão fazer atividades preventivas específicas para evitar fugas. Eles poderão atuar inclusive fora dos presídios quando houve informação de planos por grupos organizados externos para resgatar presos. Os agentes deverão ainda fazer a segurança pessoal dos integrantes da cúpula do sistema prisional.
A iniciativa foi batizada de Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (GOPE).
Situação nos presídios
A superlotação dos presídios no Tocantins mantém todo o sistema em constante de alerta. Em 2021 houve registro apenas de fugas pontuais, como em fevereiro, quando William Bandeira conseguiu fugir da Unidade Penal de Palmas (antiga CPP) enquanto cuidava de uma horta. Em janeiro, as equipes de segurança conseguiram evitar outra fuga do Pavilhão B da mesma unidade após fazer disparos para o alto.
Mesmo assim, a situação não pode ser classificada como tranquila. Em março deste ano, uma briga generalizada durante um banho de sol terminou com dois presos mortos e um ferido. O problema motivou transferência de centenas de detentos entre as unidades ao longo dos meses que se seguiram.
A última grande fuga de presos registrada no estado foi em novembro de 2020, quando sete homens abriram um buraco em uma cela e escaparam da Unidade Penal de Palmas. Antes disso, em 2018, uma fuga em massa foi registrada em Araguaína, com imagens de presos correndo pelas ruas da cidade com reféns. A própria Unidade Penal de Palmas teve um caso semelhante em 2017, quando detentos conseguiram explodir um muro e mais de 20 escaparam.
Recentemente, o presídio de Palmas foi ampliado e uma unidade completamente nova e de segurança máxima foi inaugurada em Cariri do Tocantins, no sul do estado, logo após um princípio de motim na antiga. Em setembro, uma operação com buscas dentro dos presídios mirou a capacidade de comunicação de uma facção que atua de dentro das unidades.
Há anos fala-se em projetos para construção de novos presídios, ainda sem data para serem inaugurados.