Jaqueline Aires nunca teve a carteira assinada e é mãe de cinco filhos e avó de um neto. Quatro deles ainda são pequenos e moram junto com ela, a família depende 100% do Auxílio Brasil e da pensão das crianças, o que contabiliza apenas R$ 750 reais. Segundo Jaqueline, é preciso muito equilíbrio para conseguir sustentar a casa
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Os filhos estudam na escola pública o dia inteiro. Voltam alimentados e isso ajuda na despesa, que vive arrochada. “É muito milagre. Tem que fazer meio mundo de regra para dar o dinheiro e a gente não passar fome”, disse a Jaqueline Aires.
No Tocantins o número de pessoas dependentes do problema vem subindo. Em 2020, primeiro ano da pandemia eram cerca de 120 mil famílias beneficiadas. Dois anos depois esse número, segundo dados do Ministério da Cidadania, subiu para 146 mil famílias.
O Auxílio Brasil substituiu o programa Bolsa Família para atender famílias carentes cadastradas no CadÚnico. O valor do beneficio, de R$ 400, inicialmente era até dezembro de 2022, mas agora uma medida provisória tornou o valor permanente.
“Para as famílias se cadastrarem e receber o programa Auxílio Brasil devem procurar o Cras mais próximo de sua residência ou o posto de cadastro único, levando os documentos de todos os moradores do domicilio. Após o cadastro a família tem que aguardar o governo federal fazer a seleção”, a assistente social da Setas, Regina Mercês.
Para especialistas, o dinheiro apenas socorre as pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social e econômica, mas não acompanha a inflação dos últimos meses. “Houve esse aumento, tem a sua importância no combate à pobreza só que continua sendo um valor insuficiente para as necessidades básicas”, comentou o professor e economista Waldecy Coelho.
A análise é que o aumento do desemprego, provocado pela pandemia e pela crise econômica, pode ter motivado a dependência do programa social. “Se as pessoas não receberem nós podemos entrar em uma situação de calamidade pública porque aí nós teremos muitas pessoas passando fome e teremos pessoas em condição de marginalidade”, explica o sociólogo Sérgio Roberto.
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