O laudo médico da morte da cantora Paulinha Abelha, do Calcinha Preta, foi divulgado pela RecordTV, neste domingo (6). Segundo a emissora, quatro doenças foram apresentadas como responsáveis pelo falecimento da artista: meningoencefalite, hipertensão craniana, insuficiência renal aguda e hepatite.
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A primeira, uma inflamação do cérebro e dos tecidos vizinhos, é, geralmente, causada por uma infecção, que, no caso da artista, ainda tem origem investigada. Outro documento, intitulado de painel toxicológico, encontrou 16 substâncias no corpo de Paulinha, como anfetaminas e barbitúricos, que podem ser o caminho para mais respostas sobre o caso.
Um dos medicamentos, encontrados no corpo da artista, é um tarja preta comumente usado no tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH), mas que tem como efeitos adversos a redução de apetite, perda de peso, náuseas e vômito.
O marido da cantora, Clevinho, além de colegas da artista, relataram que ela estava sofrendo com os enjoos durante seus dias em São Paulo, onde o Calcinha Preta cumpria agenda. Apesar do forte mal-estar, ela optou por visitar o hospital apenas ao chegar em Aracaju, capital de Sergipe, onde morava com o marido e o pai.
O remédio fazia parte de uma receita médica fornecida pela nutróloga que acompanhava Paulinha. Além disso, a profissional também receitou um antidepressivo, um redutor de apetite, calmantes naturais, estimulantes, cápsulas para memória e uma fórmula que promete reduzir medidas, manipulada com a erva asiática garcinia cambogia.
A droga é “potencialmente hepatotóxica”, ou seja, possui substâncias químicas que podem causar danos ao fígado, que podem levar até mesmo à hepatite fulminante.
Já os barbitúricos, também encontrados no corpo da cantora, são geralmente aplicados como sedativos, inclusive em ambiente hospitalar, para evitar convulsões. O momento em que eles foram ministrados e sua influência no corpo de Paulinha também são investigados.
Internação
Paulinha morreu em 23 de fevereiro, aos 43 anos, após 12 dias internada em hospitais de Aracaju (SE). A cantora chegou a um estado de coma profundo e, segundo a equipe médica responsável, teve um agravamento rápido de lesões neurológicas que levaram à morte cerebral.
Em entrevista coletiva realizada um dia antes da morte, os médicos da cantora informaram que ela estava em escala de Glasgow 3, ou seja, a “mais grave do coma” — uma pessoa saudável tem a escala Glasgow 15.
Dois dias antes de ser internada, em 9 de fevereiro, Paulinha participou do podcast “Podpah”, em São Paulo, acompanhada dos companheiros de Calcinha Preta. Na ocasião, ela disse ter sentido um “desmaio” momentos antes de entrar no ar.
“Eu senti um ‘passamento’, um desmaio (antes da entrevista). Mas nada que o Podpah não resolva, está tudo ótimo. Qualquer coisa, se eu ficar tonta, eu vou ali. Mas comi igual a uma lontra, ontem jantamos um sushi maravilhoso”, disse a cantora na ocasião.