O LAB Negras Narrativas Amazônicas prorrogou as inscrições para projetos audiovisuais de cineastas negros da Amazônia Legal até o próximo dia 1º de março. O laboratório oferece consultorias especializadas aos projetos selecionados visando fortalecer as narrativas e reforçar estratégias de inserção e permanência no mercado audiovisual. Destinada aos diferentes gêneros – como ficção, documentário e animação – e formatos – longa e curta-metragem e narrativas seriadas -, ao final da formação, a iniciativa premiará os três melhores projetos com o valor de R$10 mil cada. O laboratório ocorre entre os dias 3 e 8 de abril, em Belém (PA).
- Publicidades -
O laboratório consiste em um espaço de encontro, voltado ao aprimoramento de projetos audiovisuais de realizadores negros do país. Desde 2016, o LAB Negras Narrativas garante aos participantes, palestras e consultorias nas áreas de direção, roteiro e produção, compreendendo toda a cadeia produtiva do audiovisual, com objetivo de criar bases para inserção e permanência de profissionais negros nesse mercado. Em 2023, chega à sua quinta edição nacional e à primeira edição voltada exclusivamente para os realizadores e projetos da Amazônia Legal. O LAB Negras Narrativas Amazônicas é uma realização da Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (Apan) em parceria com o Matapi – Mercado Audiovisual do Norte e a Casa Ninja Amazônia, e apoio por financiamento da Open Society Foundations.
Nos últimos anos, a participação da Região Norte no mercado nacional de cinema registrou um crescimento de mais de 50%. Atualmente, são aproximadamente 295 produtoras independentes brasileiras registradas e ativas na Agência Nacional do Cinema (Ancine) – um mercado emergente e com grande possibilidades de crescimento, mas que precisa ser incentivado, aquecido, estruturado e aprimorado com a valorização do profissional da região. É a partir dessa inquietação que o LAB Negras Narrativas realiza, pela primeira vez, uma edição voltada exclusivamente para a região amazônica.
Segundo o cineasta paraense, presidente da Apan e diretor executivo do LAB Negras Narrativas, Rodrigo Antonio, o objetivo da iniciativa é “descentralizar o modo de pensar e fazer o cinema negro no Brasil”. “Pensar cinema negro é pensar cinema brasileiro, afirmando isso em nossa pluralidade de negritudes. Daí a importância de trazer, para o centro do debate, o imaginário afro-indígena ainda não pautado na agenda nacional. A atenção às narrativas amazônicas orienta-se na possibilidade de ter realizadores negros como protagonistas na construção de políticas públicas para a região e na afirmação de uma autoimagem do cinema amazônico a partir do domínio das ferramentas de produção audiovisual no contexto atual”, conta.
Rayane Penha é diretora e roteirista do estado do Amapá. Em 2020, seu projeto de longa-metragem “Chamado da Floresta” venceu o LAB. A partir da experiência, a realizadora conseguiu recursos para desenvolver o longa e, hoje, participa de uma sala de roteiro da Netflix. “Para mim, foi uma oportunidade muito grande, porque eu sou uma realizadora negra da Região Norte, do Amapá, então é muito difícil ter acesso a esses espaços de desenvolvimento de projetos e acesso a mercados, e o laboratório possibilitou isso. Então, com certeza, o LAB foi fundamental para a minha carreira, para eu crescer enquanto realizadora e, principalmente, para o projeto, não só por ganhar, mas porque a experiência em si deu muito corpo para ele se tornar algo muito mais grandioso”, relata a profissional do audiovisual.
Cronograma:
- Período de inscrições: 6 de fevereiro a 1º de março;
- Laboratório: 3 a 8 de abril.
Serviço:
Podem se inscrever realizadores audiovisuais dos nove estados da Amazônia Legal – Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. O regulamento e o formulário de inscrição podem ser encontrados na bio do Instagram @labnegrasnarrativas ou no site
Envie sugestões de pauta ou denúncias para o WhatsApp do Jornal Sou de Palmas: (63) 9 9274-5503