2 de maio de 2024 19:43

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Enxames em Talismã: plantação de girassóis pode ter contribuído para o aumento de ataques de abelhas na cidade; entenda

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Enxames em Talismã: plantação de girassóis pode ter contribuído para o aumento de ataques de abelhas na cidade; entenda
Foto: Divulgação

Após o aumento de capturas de enxames e de ataques de abelhas em Talismã, na região sul do Tocantins, especialistas acreditam que a situação pode ter sido causada por uma grande plantação de girassóis próxima do município. Só este ano a Defesa Civil Municipal atendeu quatro acidentes com pessoas feridas, e mais de 40 colméias precisaram ser removidas.

O plantio fica às margens da TO-296 perto da entrada da cidade. O professor doutor e biólogo especialista em abelhas, Waldesse Piragé de Oliveira Júnior, explica que a plantação e o aumento de acidentes podem ter relação, mas não é possível associar à causa sem que haja um estudo aprofundado.

“Existe sim a possibilidade porque o girassol é uma fonte de alimento e você atraindo para próximo das residências um número de abelhas fica mais exposto, mas a gente se comprometer a atribuir essa causa somente ao fato de haver grandes plantações de girassóis é um risco. Na biologia não se pode fazer afirmações, exceto se tenha certeza, com um estudo. Com certeza pode haver relação, mas não é necessariamente a causa”, disse o biólogo.

Para Waldesse Piragé, as abelhas podem estar sendo atraídas pelas flores e se aproximando das residências.

“Pode ser que o plantio em larga escala do girassol tenha gerado um desequilíbrio ecológico na região, e com isso, permitiu que tivesse mais recurso alimentar para estas abelhas e esses enxames começassem a se instalar. Aí você oferta uma planta que atrai as abelhas, atrai os enxames, você aumenta a densidade, aumenta a população dessas abelhas e consequetemente aumenta a possibilidade de acidentes”, explicou.

Conforme o especialista, que também coordena o “hotel para abelhas solitárias” instalado na Universidade Federal do Tocantins (UFT), é necessário fazer um levantamento para entender o histórico e saber se há relação.

O biólogo trata as situações como acidentes, e não como ataques de abelhas. “Eu não gosto de dizer ataque. As abelhas, nenhuma delas, sejam elas com ferrão ou não, elas não atacam. Na verdade elas se defendem. Eu vejo como acidentes”, explicou.

O coordenador da Defesa Civil de Talismã, João Carlos Lopes, disse que tem feito um trabalho desafiador. Até a última quinta-feira (5) eram 42 ocorrências do tipo. Em um dos ataques quatro pessoas foram picadas e precisaram de atendimento médico.

“Cada colmeia é uma ocorrência, pois se trata de modo diferente de captura. Uma delas foi localizada dentro de uma cisterna depois de um ataque. Uma ação especial deve ser montada para a remoção com uso de equipamento de rapel”, disse João Carlos.

Algumas colméias são levadas para o Parque Ecológico Roberto Guedes Pereira e são incorporadas à fauna da instituição.

João Carlos diz que a única forma para insetor e moradores se manterem seguros é evitando uma aproximação e contato. A Secretária de Meio Ambiente e Defesa Civil deve ser chamada em casos de perigo ou emergência.

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