Medicamentos originalmente criados para o tratamento de diabetes tipo 2, como Ozempic, Wegovy e Monjaro, passaram a ser utilizados também no combate à obesidade, após estudos demonstrarem perda de peso de até 20% do peso inicial em pacientes acompanhados por médicos. Esses remédios, à base de semaglutida, agem no controle da saciedade e são aplicados em forma de injeção, no formato conhecido como “caneta”.
A popularização do uso das canetas para emagrecimento, no entanto, acendeu o alerta de autoridades e especialistas em saúde. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a retenção obrigatória da receita médica no ato da compra, em uma tentativa de conter a automedicação, o contrabando, a falsificação e o uso indiscriminado dos medicamentos.
O endocrinologista Bruno Geloneze, pesquisador do Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC) da Unicamp, explica que, embora eficazes no tratamento da obesidade em pacientes acompanhados por equipe médica, os remédios não são isentos de riscos. “O uso desenfreado pode causar efeitos adversos importantes, como náuseas, vômitos, pancreatite e hipoglicemia, além de mascarar outras condições de saúde”, alerta o especialista.
Geloneze reforça que o tratamento para obesidade deve ser multidisciplinar, envolvendo reeducação alimentar, prática de atividade física e acompanhamento médico. “Esses medicamentos são ferramentas que devem estar inseridas em um contexto mais amplo de mudança de estilo de vida. Usá-los isoladamente, sem indicação e sem controle, não garante os mesmos benefícios e pode até ser perigoso”, afirma.
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