A seca e as altas temperaturas no Tocantins não têm pegado leve com os moradores e produtores do assentamento São João, na zona rural de Porto Nacional. Segundo populares, há dias o local tem registrado inúmeros pontos de queimadas, causando diversos prejuízos aos que vivem e dependem da região.

A equipe de reportagem do Jornal Sou de Palmas foi até o assentamento, nesta quinta-feira (21), e viu de perto como está a situação do local.

Fumaça tomando de conta

Mesmo antes de chegarmos ao São João, há quilômetros de distância, já era possível visualizar a fumaça no céu. No local, a cena parecia ser de filme: ruas tomadas pela fumaça, vegetação só as cinzas e o cheiro forte de queimada.

Em conversa com moradores do assentamento, foi informado que os incêndios têm sido corriqueiros por ali, e, por falta de água na região, muitas vezes os moradores não conseguem apagar e controlar o fogo.

Um produtor, que preferiu não se identificar, falou que nem sempre os bombeiros atendem as solicitações: ‘’Há dias o assentamento está pegando fogo e só nesta quinta-feira uma equipe apareceu para ajudar’’, disse ele. Além disso, também destacou que os prejuízos causados pelas queimadas são enormes: as colheitas acabam sendo perdidas, os animais, tanto os de criação quanto os que vivem na mata, acabam morrendo, a vegetação da região é destruída, e tudo isso são fatores que impactam diretamente na renda dos produtores.

‘’O fogo destrói tudo e, infelizmente, todo ano é a mesma coisa. A gente tá pedindo socorro, não sabemos mais o que fazer! Já pedimos ajuda para o poder público, mas não fizeram nada e quem sofre e perde tudo somos nós’’, disse o morador.

Imagens feitas em uma chácara, mostram como ficou parte de uma plantação de banana após o incêndio. Neste mesmo local, os moradores também conseguiram registrar o momento em que uma cobra tenta sair da área que estava pegando fogo. Confira abaixo:

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Queimadas no Tocantins

Desde o início deste ano até o mês de agosto, o Tocantins já havia registrado quase 5 mil focos de queimadas. O número elevado colocou o estado em 4º lugar no ranking nacional, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Veja os estados com maiores focos:

Mato Grosso – 8.964
Pará – 7.231
Maranhão – 6.744
Tocantins – 4.815