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ARTIGO | SUA IDADE MENTAL CONDIZ COM A BIOLÓGICA?
Se tratando de amadurecer, não é incomum as pessoas atribuírem a maturidade à idade cronológica, mas, já se sabe há algumas décadas que uma coisa pouco tem relação com a outra. Eu, enquanto um ser humano com pouco mais de trinta anos de idade, consigo me lembrar com clareza de meus sete, oito anos de idade, quando pensava estar seguro, em um mundo com tantos adultos capazes e fortes, meus pais me faziam sentir que caso eu falhasse, eles assumiriam o ônus, pagariam a conta, isso me confortava.
Imaginava como seria quando me tornasse um adulto e todos os medos tivessem ido embora, em minha mente apenas certezas e convicções, todas as respostas para todas as perguntas do mundo, uau! Então os anos foram passando, as experiências vieram, alguns aprendizados, fracassos e acertos, me fizeram amadurecer até certo ponto, mas me encontrei com uma grande angústia: Nossa mentalidade não está tão diferente da que tinha naquela época, notou? Na verdade, é quase como se minha mente cheia de medos e angústias tivesse sido transportada dos meus sete até os trinta. Nos tornamos mais pessimistas.
Hollywood retrata algo assim algumas vezes, mas na vida real é assustador. Claro que, não estou propondo aqui algo literal, mas é fácil notar caminhando pela rua, a quantidade de adultos muito semelhantes a crianças imaturas, com medos, receios, incertezas, birras e afins. O que aconteceu? A resposta é simples e assustadora: nada aconteceu, a vida, como a conhecemos e idealizamos em nossa mente, pasmem: não é a vida real! Sim, os adultos são crianças fazendo cosplayers de papais e mamães, preocupados se alguém vai perceber que, na verdade, não se tratam de um adulto plenamente maduro e capaz, mas uma criança assustada.
Certa vez, em uma academia, enquanto caminhava na velha e boa esteira, um desperdício, pois poderia muito bem caminhar na rua, mas acabo fazendo. Observava o comportamento das pessoas em torno daquele ambiente tão cheio de diversidade, quase como um recorte exato da sociedade. Vi pessoas juntas e separadas interagindo umas com as outras e com o ambiente: dois jovens que conversavam próximo a um aparelho, um apertando o bíceps do outro, uma menina mais atrás que ajustava sua blusa para que sua tatuagem junto ao seio, ficasse mais visível, um senhor idoso apreciando as curvas de outra jovem enquanto fazia suas séries em um aparelhos e assim por diante.
De tudo que eu observava, o que mais me chamava a atenção, era o fato de que não era muito diferente de observar um grupo de alunos na escola, o que me era muito familiar, por ser professor do ensino fundamental. Todos os trejeitos, preocupações, emoções de crianças se repetem, aliás, nem deixam de existir e são expostos através de nossas atitudes.
Sentimentos como a vergonha por não estar correspondendo às expectativas, angústia de não ser aceito, a preocupação com a aparência, os medos de exposição ou ataques, todos ainda estão lá, em pleno vapor. A busca pela compreensão de si mesmo, o enfrentamento de desafios, a aceitação das próprias limitações e o desenvolvimento de habilidades de enfrentamento são aspectos essenciais desse processo. A terapia e a auto-reflexão podem ser ferramentas valiosas para ajudar nessa jornada de amadurecimento emocional. Partiu terapia!
Professor Wesley Santos
Pesquisador, Pedagogo
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