ARTIGO | SE NAS DIFERENÇAS DE OPINIÕES BRIGAMOS, A DOR NOS UNE

Artigo – Enquanto avançamos para a segunda semana em que várias cidades do Rio Grande do Sul sofrem com as chuvas e as cheias, que vêm alagando ruas, invadindo casas e destruindo patrimônios, conseguimos perceber que não há nada mais poderoso para nos unir enquanto espécie do que a dor e o sofrimento. Uma vez que, em outras épocas seria quase impossível termos a noção da catástrofe que atinge os nossos irmãos gaúchos, hoje com as mídias sociais e a ampla divulgação constante de histórias das vítimas e os locais atingidos, somos impactados com a miséria alheia e movidos a ajudar.

Claro que existe uma parte da população que ainda encontra motivos para reclamar e brigar, muitos bem justos inclusive, como aqueles que notam a dissonância da dor e o desespero das famílias e quase 80 vítimas fatais, com o show internacional que reuniu milhares de pessoas para celebrar no Rio. Contudo, boa parte da população movimenta arrecadações de alimentos, agasalhos e contribuições financeiras para atender às vítimas que estão sendo resgatadas. O governo também tem contribuído (muitos reclamam apontam que não o suficiente), ainda um reflexo da polarização política, sabemos que a região Sul do país nunca foi muito simpatizante com o atual governo, entretanto, sabemos que independente de quaisquer disputas, o poder executivo deve servir ao país como um todo, a despeito de todas estas coisas, a chuva continua castigando diversas regiões do extremo sul do país.

Nesses momentos de crise, é normal haver alguns questionamentos sobre a priorização de recursos e atenção. A sensação de injustiça pode surgir quando vemos grandes eventos acontecendo enquanto tantas pessoas estão sofrendo com as enchentes. No entanto, é reconfortante ver que a maioria das pessoas está mobilizada para ajudar de alguma forma, seja através de doações, voluntariado ou simplesmente compartilhando informações para conscientizar e mobilizar mais pessoas.O papel do governo também é fundamental, e embora haja críticas sobre a eficácia de sua resposta, é importante reconhecer os esforços que estão sendo feitos para lidar com a situação. No entanto, a verdade é que a chuva continua, e a recuperação será um processo longo e difícil para muitas comunidades. É nessas horas que a união e a solidariedade se tornam ainda mais cruciais.

Diante das adversidades que o Rio Grande do Sul enfrenta com as chuvas e as cheias, fica evidente que, apesar das divergências e desafios, a solidariedade e a empatia prevalecem. A dor compartilhada por tantos nos une e nos motiva a agir em prol do bem-estar coletivo. Enquanto as águas continuam a castigar diversas regiões do extremo sul do país, é essencial que continuemos unidos, apoiando uns aos outros e buscando soluções para ajudar na reconstrução e na recuperação das comunidades afetadas.

Precisamos lembrar que existem ideais que realmente vale a pena realizar mobilizações de solidariedade, ainda que muitos sintam um grande desdém por parte de quem aproveitou o final de semana para curtir o show de Madonna, há muitos dentre os fãs que desejam o melhor para o nossos amigos gaúchos. Que essa tragédia sirva como um lembrete poderoso da nossa capacidade de nos unir em momentos difíceis e de como, juntos, podemos superar qualquer desafio.

Ore pelo RS!