17 de maio de 2024 07:31

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ARTIGO | QUEM TEM FOME CURTE MÚSICA CLÁSSICA?

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ARTIGO | QUEM TEM FOME CURTE MÚSICA CLÁSSICA?

A análise dos dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), que posicionou o Brasil entre os 20 piores em Matemática e Ciências, revela um cenário preocupante para o país. A classificação sinaliza deficiências significativas no sistema educacional brasileiro e esses resultados podem ser interpretados à luz de previsões que sugeriam uma possível queda no desempenho educacional devido aos impactos da pandemia de covid-19. Significa que em momentos de crise, quando as preocupações básicas de sobrevivência predominam como a fome, por exemplo, o crescimento intelectual tende a diminuir.

 

Isso pode ser atribuído ao redirecionamento das prioridades, onde as necessidades fundamentais se sobrepõem ao investimento em educação e desenvolvimento intelectual. Por este motivo sabemos que não se trata apenas de consequências da pandemia, muitos podem apontar: e os anos anteriores em que os índices também eram ruins? Sim, políticas públicas e investimentos fazem a diferença na qualidade da educação, desde antes da pandemia temos problemas sociais e baixo investimento na educação (e nenhum prêmio Nobel).

 

Há uma correlação interessante entre a redução do crescimento intelectual e a concentração das preocupações nas questões básicas, especialmente em comunidades carentes. Nestes locais, onde a luta diária pela sobrevivência é mais intensa, o interesse por questões mais complexas e abstratas, como cálculos avançados e conceitos filosóficos sofisticados, tende a ser menor. Quem está lutando para sobreviver se interessa pouco por Mozart ou Godard, música clássica e cinema cult, geralmente é entretenimento para quem já está com suas necessidades básicas (comida, saúde, moradia e dignidade) garantidas.

 

Este fenômeno não é uniforme, já que existem exceções à regra. Porém, é importante ressaltar que em áreas onde as necessidades básicas estão mais facilmente supridas, há maior disponibilidade de tempo e recursos para o desenvolvimento intelectual e cultural. Isso sugere uma conexão entre o nível socioeconômico e o interesse pelo aprendizado e pela busca do conhecimento.

 

Portanto, a análise dos dados do PISA em conjunto com as previsões sobre os impactos da pandemia no crescimento intelectual revela a importância de políticas educacionais e sociais que busquem equilibrar o atendimento das necessidades básicas com o estímulo ao desenvolvimento intelectual. Investimentos em educação, acesso igualitário a recursos educacionais e o incentivo ao interesse pelo aprendizado podem ser estratégias-chave para enfrentar desafios e melhorar o desempenho educacional do Brasil.

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