No início da semana repercutiu na página do instagram do Jornal Sou de Palmas, um artigo sobre como vivem as famílias que moram nas áreas periféricas, no sul de Palmas. O mais curioso sobre a repercussão, é que esta não se deu pelo tema: a necessidade de dar mais atenção aos jovens e adolescentes das famílias que moram nas áreas mais afastadas do centro da capital. O que chamou a atenção dos leitores foi o termo: “periferia” no título do artigo.
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Não é incomum termos que dizem respeito a algo se tornarem, com o passar do tempo, e o mau uso associados a coisas negativas. O termo periferia, por exemplo, refere-se tão somente a regiões, geograficamente, mais afastadas dos grandes centros de uma cidade, dessa forma, bairros e localidades que ficam mais distantes da região central são denominadas periferias. Entretanto, vejo uma excelente oportunidade para discutirmos o quanto o uso de nossa língua, por vezes, gera confusões e dificuldades pelo simples fato de associações que se diferem do uso correto.
Possivelmente a associação interpretada pelos leitores do artigo, se deu por atribuir o termo periferia apenas às regiões de extrema pobreza, sujeira e abandono. Sabemos que de fato existem regiões assim em grandes cidades, entretanto nem sempre se localizam nas periferias, como a própria Cracolândia, que fica localizada no centro da grande São Paulo. Entretanto a associação negativa é feita diversas vezes em diversos veículos de informação, o que acaba gerando esse equívoco.
A mesma situação acontece com a expressão: Marginal, no que você pensa, quando lê essa expressão? Um criminoso violento, assaltante, batedor de carteiras? De fato, você não está errado, mas, originalmente marginal, refere-se a aquilo que está à margem de algo, de um rio, das páginas de um livro, as ruas que ficam paralelas às rodovias são chamadas de marginais, notou? Possivelmente o termo foi alcunhado para se referir a quem comete crimes, por se tratar de ações que são feitas “às margens da lei”, nesse caso, alguém que sonega imposto também é um marginal.
Situações de equívocos, como estas, são comuns entre as pessoas que escutam frequentemente certas palavras sendo associadas a coisas ruins, nesse sentido a ampla defesa feita pelos moradores de Taquari, Capadócia e regiões mencionadas no artigo é justificável, tanto porque o povo palmense é conhecido por defender com unhas e dentes tudo pelo qual nutre um carinho e grande apreço. Aos amigos e amigas leitores que moram nessas regiões, agradecemos a ampla interação nos post e deixamos claro o quanto admiramos cada cidadão e localidade de nossa capital, temos orgulho também de sermos palmenses!
Professor Wesley Santos
Pesquisador, Pedagogo