Uma aluna do Campus Palmas do Instituto Federal do Tocantins (IFTO) usou as redes sociais, nesta semana, para expor uma grave denúncia de importunação sexual envolvendo um professor da instituição. Segundo a vítima, diversas estudantes também foram alvo do mesmo docente, que, apesar das denúncias, continua atuando no campus.
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As investidas começaram no ano passado e se intensificaram ao longo do tempo, resultando em episódios de abraços forçados e beijos não consentidos.
Vítima relata os detalhes do assédio
Em entrevista exclusiva ao Jornal Sou de Palmas, a aluna relatou os acontecimentos e as consequências de tudo que passou. De acordo com ela, o professor, no momento em que os alunos estavam saindo de uma aula, teria ”abraçado forçadamente e tentado beijá-la, além de ter puxado seu braço e a beijado à força em outra ocasião”.
Devido à reincidência, a estudante decidiu registrar um boletim de ocorrência, ainda em abril deste ano, desde então, sua vida nunca mais foi a mesma. ”Quando decidi denunciar, tive que ficar ainda um mês frequentando o mesmo ambiente que ele, até que a minha advogada entrou com pedido para eu ficar em casa com atividade acompanhada”, disse.
Campus Palmas emite nota de repúdio e compromisso com a segurança acadêmica
Diante da gravidade da denúncia e da repercussão nas redes sociais, o Campus Palmas do Instituto Federal do Tocantins (IFTO) divulgou uma nota oficial repudiando veementemente qualquer forma de assédio e importunação. Veja na íntegra:
O Campus Palmas, do Instituto Federal do Tocantins (IFTO), manifesta veementemente seu repúdio a toda e qualquer forma de assédio e importunação e reafirma o compromisso em criar um ambiente acadêmico seguro, onde a violência contra a mulher, o machismo, o sexismo, a misoginia e qualquer outra conduta prejudicial sejam enfrentados incisivamente.
Nossa comunidade acadêmica é orientada a denunciar prontamente quaisquer condutas desrespeitosas e/ou violentas para que as devidas providências sejam tomadas pelas instâncias competentes. É imperativo que a escola seja um espaço de combate às práticas nocivas, e, portanto, práticas de assédio que gerem constrangimento ou medo são absolutamente inadmissíveis e intoleráveis. Nesse sentido, reiteramos o comprometimento da equipe diretiva do Campus Palmas do IFTO em colaborar integralmente na apuração de quaisquer fatos relacionados a tais condutas, especialmente na proteção das estudantes mulheres que possam ser vítimas de atos de violência.
Diante das informações veiculadas nas redes sociais, reafirmamos nosso compromisso com a transparência e a seriedade na apuração da denúncia em questão e informamos que o processo já está em andamento, sendo conduzido em sigilo, a fim de preservar todas as partes envolvidas. Desde o momento em que tomamos conhecimento da denúncia, o Campus Palmas do IFTO tem tratado o assunto com a máxima prioridade, dedicando-se a seguir rigorosamente todos os trâmites legais para garantir que o processo de apuração ocorra de forma imparcial e eficiente.
Em relação aos procedimentos de acolhimento na unidade Palmas, esclarecemos que os fatos mencionados também serão apurados e que a equipe gestora está empenhada na revisão e reformulação das ações de acolhimento e prevenção do assédio sexual. Nesse contexto, estamos desenvolvendo campanhas educativas para conscientização sobre o assédio, bem como o fornecimento de orientações claras sobre os canais oficiais de denúncia disponíveis. Além disso, estamos estabelecendo protocolos específicos para a escuta, acolhimento e acompanhamento adequado das denúncias de assédio e de suas vítimas no Campus Palmas.
Vale destacar que a gestão do Campus Palmas tem agido também de forma preventiva, capacitando e conscientizando constantemente nossos servidores e estudantes para promover um ambiente pautado pelo respeito, acolhimento e segurança em todas as atividades pedagógicas e administrativas. Enfatizamos ainda que, quando necessário, o IFTO, por meio da Corregedoria, tem atuado de maneira corretiva, instruindo os processos de análise e apuração das denúncias, como no caso em questão.
Por fim, reafirmamos nosso compromisso inabalável em combater o assédio sexual e quaisquer abusos de poder dirigidos a estudantes, servidores e/ou colaboradores e encorajamos enfaticamente que todos os casos conhecidos sejam denunciados por vítimas, testemunhas ou qualquer pessoa que tenha conhecimento de tais condutas abusivas.