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Conectados o tempo todo, com demandas além do horário comercial, a rotina do sono sofreu alteração ao longo dos anos e muitos buscam auxílio em remédios para conseguir dormir. Inspirado em sua experiência clínica, o psiquiatra e psicanalista Mario Eduardo Costa Pereira, professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Campinas (Unicamp), traz diferentes perspectivas do assunto em seu livro “A Erótica do Sono” (Aller Editora).
No livro, o autor resgata obras de Shakespeare, em especial Macbeth e Hamlet, e escreve como a relação das personagens com a noite e o dormir estão diretamente relacionados às tragédias vividas por cada uma delas. Ele cria um paralelo com o entregar-se ao desconhecido no momento do sono e o quanto essas questões atrapalham na entrega real do corpo e cérebro.
E é interessante analisar que as mulheres são as que mais sofrem de insônia. Para essa observação o autor explica que “várias hipóteses têm sido aventadas na tentativa de compreender a maior incidência de insônia entre o gênero: o tipo de distribuição social contemporânea das responsabilidades domésticas e com a família, que ainda tende a sobrecarrega-las, formação social da feminilidade como fragilidade, dependência e referência ao masculino”.
Durante a pandemia a situação da mulher se agravou. Um estudo realizado pela Universidade de Southampton, no Reino Unido, e publicado em agosto de 2020, mostrou que, durante o período de lockdown, as mulheres foram mais vulneráveis à privação do sono e a insônia subiu de 18,9% para 31% entre elas, e em comparação, o número de homens relatando perda de sono aumentou de 11,9% para 16,5%.
O livro “A erótica do sono” trata dessa dimensão fundamental da vida humana – passamos um terço da existência dormindo – sob a perspectiva do prazer e das memórias afetivas, amorosas, ligadas ao sono, e não só ao ato de dormir como uma questão técnica, de “horas dormidas”.
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