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Numa promessa do governo federal de erradicar o analfabetismo no Brasil, o Ministério da Educação aposta suas fichas na escolha do método fônico para a Política Nacional de Alfabetização.
Nesse método, as crianças são alfabetizadas por meio de associação entre a letra e o seu som (fonema), daí o nome. Os estudantes aprendem a reconhecer o som de cada letra para depois combiná-las formando sílabas e palavras. O ensino se inicia pela forma e pelo som das vogais, seguidas pelas consoantes. Parte-se dos sons mais simples para os mais complexos.
O professor Ítalo Curcio, Coordenador de Pedagogia da Universidade Presbiteriana Mackenzie explica que o método é utilizado em diferentes países, mas destaca que não é possível eleger apenas um método como o melhor. “Preocupa dizer que só será usado um método, o Brasil é um país muito grande, com muitas características regionais e particularidades”, diz.
“O método fônico instiga a criança a fazer associações com os sons, o ponto negativo é que muitas vezes ele é mais lento e pode ser cansativo para os alunos”.
Para Curcio é importante que o professor e a escola conheçam bem seus alunos para depois escolher uma estratégia de alfabetização. “A escolha de um método varia muito de acordo com a realidade de cada criança, das condições da família e questões culturais”, explica. “É muito comum que haja um hibridismo de métodos e estratégias para se chegar ao objetivo final que é o da alfabetização das crianças”.
No Brasil, até os anos 80 era comum estudantes aprenderem pelo método alfabético, a criança conhece letras, sílabas e consoantes sem a preocupação com o som. Outra estratégia é o construtivismo, que parte das experiências do aluno.
“Cabe ao educador avaliar seu público alvo e a partir daí fazer suas escolhas, não podemos dizer que um método é melhor ou pior ou que só exista um caminho para a alfabetização, é preciso respeitar as características dos alunos e as preferências dos professores”.