Embora o tocantinense esteja mais do que acostumado a enfrentar uma onda de calor entre os meses de setembro e agosto, período de estiagem no Estado, o professor José Luiz Cabral, do núcleo de meteorologia da Universidade do Tocantins (Unitins), afirmou que não se trata de um fenômeno incomum.
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O Jornal Sou de Palmas conversou com ele para saber mais sobre as últimas chuvas que têm surpreendido muitas cidades durante a semana. Somente na Capital, já ocorreram dois dias seguidos de temporal.
A primeira chuva em Palmas foi registrada na quarta-feira (23) e a segunda na quinta-feira (24). Esta trouxe prejuízos, incluindo a queda de árvores, estabelecimentos e casas destelhadas, além de queda de energia.
”São raras, mas em nossa memória climatológica já tivemos, sim, chuvas no mês de agosto. O grande fato é que o sistema meteorológico que atua durante a estiagem em nossa região funciona como um bloqueio atmosférico, que impede a entrada da umidade. No entanto, com as outras mudanças atmosféricas de outras regiões do Brasil, essa quebra foi possível”, disse Cabral.
É essa quebra que permitiu a entrada de umidade, e a combinação desta com o calor resultou nas chuvas. Embora sirvam para aliviar o clima quente, essas pancadas de água, de acordo com o professor, não indicam o início do período chuvoso, são apenas temporárias.
A estação chuvosa no Estado começa em outubro e vai até abril.
”Também precisamos lembrar que estamos sob a influência de um grande fenômeno meteorológico conhecido como El Niño, sendo o aquecimento das águas do oceano Pacífico. Sua atuação no Brasil traz efeitos esperados. E o efeito esperado em nossa região traz um período chuvoso ou até mesmo uma redução dos índices pluviométricos durante as chuvas”, explicou Cabral.
O que é o El Niño?
El Niño é um fenômeno climático que determina mudanças nos padrões de transporte de umidade e variações na distribuição das chuvas em algumas partes do mundo, incluindo o Brasil.
De acordo com o International Research Institute for Climate and Society, suas características são as seguintes:
- Tendem a se desenvolver entre abril e junho.
- Atingem o pico entre outubro e fevereiro.
- Duram entre 9 e 12 meses.
- Podem persistir por até aproximadamente 2 anos.
- Recorrem em intervalos de 2 a 7 anos.
Deve continuar chovendo no Estado?
Cabral diz que as últimas chuvas são normais: ”Essa instabilidade deve continuar nos próximos dias em várias regiões do centro-sul do Tocantins, e essas chuvas devem ocorrer à tarde, devido ao aumento da temperatura e ao acúmulo de energia, o que pode gerar mais chuvas”, finalizou ele.
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