Editorial
Mulher vítima de estupro praticado por um ginecologista, em Palmas, ainda espera por justiça há 15 anos; acusado tem longo histórico de agressões sexuais
Quantas vítimas um agressor sexual precisa fazer para ser preso? Uma mulher moradora de Palmas aguarda justiça há 15 anos após denunciar o ginecologista Paulo Rodrigues do Amaral, de 61 anos, em 2008, por estupro na Policlínica da 303 norte.
O mesmo médico foi preso nesta sexta-feira (21) após ser suspeito de fazer mais uma vítima em uma clínica particular de Taquaralto, região sul da capital.
Com a recente notícia, uma de suas vítimas mais antigas procurou o Jornal Sou de Palmas e expressou sua indignação, pois acredita que, se seu processo tivesse sido mais ágil, menos mulheres teriam sido abusadas.
Ela conta que foi estuprada e logo denunciou o médico. Chegou a ser intimada em janeiro de 2008 pela Procuradoria Geral de Palmas, prestou depoimento, mas até hoje não teve mais respostas.
Quando foi abusada, também se recorda que no mesmo dia duas adolescentes estavam na clínica e prestaram depoimento para a Justiça. A mesma ainda afirmou que, na época, foi desaconselhada a buscar respostas, pois o acusado era um médico.
”Depois de uns anos fui no postinho do Lago Sul, em Taquaralto, pra consultar, quando descobri que ele me atenderia, rasguei o papel da consulta e não voltei mais”, disse.
No entanto, hoje ela está disposta a fazer o que puder para que seu agressor não saia impune e responda pelo que fez com ela.
Histórico de agressões
O médico em questão é acusado de abusar sexualmente de inúmeras pacientes durante seus atendimentos. Em 2019, de acordo com informações do Jornal do Tocantins, ele foi denunciado por prática de ato libidinoso em duas estudantes grávidas de Miranorte, durante exames no pré-natal, no Hospital de Referência de Miracema.
Mesmo denunciado desde 2008, o médico só foi preso em fevereiro de 2023 e acabou sendo solto em março, depois de ter a prisão preventiva revogada, com a condição de não atender pacientes em consultórios particulares ou públicos.
Atualmente, o médico é concursado no Estado e antes de ser preso pela segunda vez, seguia lotado no Hospital Geral de Palmas (HGP). A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), foi questionada pelo Jornal Sou de Palmas e informou que o servidor citado encontra-se afastado por licença médica e não estava exercendo nenhuma atividade nos hospitais da rede estadual.
O Jornal Sou de Palmas ressalta que está disposto a ouvir a outra parte envolvida, caso queira se manifestar
O que diz a Prefeitura
Como o caso envolveu diretamente o Poder Executivo, o Jornal Sou de Palmas entrou em contato com a Prefeitura e ainda aguarda um retorno.
Envie sugestões de pauta ou denúncia para o Whatsapp do Jornal Sou de Palmas: (63) 992237820
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