De acordo com a integrante do Viva Vida Taquaruçu destacada para a coordenação desta ação do movimento, Dani Rosante, a iniciativa de incorporar a coleta seletiva com educação ambiental no FGT 2023 demonstra um esforço conjunto da comunidade e das entidades envolvidas para avançar no desafio de destinar corretamente a imensa quantidade de materiais recicláveis do festival que sempre seguem para o aterro sanitário na história do festival.
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O movimento Vida Viva Taquaruçu, em parceria com a Cooperativa de Recicláveis do Tocantins (Cooperan) e com o apoio da escola Crispim Pereira Alencar realizou uma ação de coleta seletiva durante o evento, visando contribuir de forma sustentável para a preservação do ambiente, além de valorizar o trabalho altamente precarizado dos trabalhadores deste ciclo da reciclagem.
Segundo a integrante do movimento, a secretaria do meio ambiente foi convidada a apoiar a ação e foi realizada uma reunião com sua equipe, mas infelizmente esse apoio não se efetivou a contento, na medida em que os anúncios que precisavam ser veiculados de forma constante no microfone do palco não foram realizados. “Combinamos com muito cuidado uma metodologia cuja importância foi frisada desde a primeira conversa com a secretaria do meio ambiente. “Explicamos a ela e a sua equipe que já sabemos que não funciona apenas colocar os containers e simplesmente achar que as pessoas irão se conscientizar de uma hora pra outra. É toda uma cultura que precisa ser transformada! Defendemos que para o sucesso da ação seria fundamental que os informes de educação ambiental preparados por nós fossem realizados repetidas vezes no microfone, e da forma como iríamos sugerir, pois já havia neles toda uma tecnologia. Enviamos esses pequenos textos e inclusive ainda otimizamos os textos iniciais atendendo a pedido da secretária, mas o locutor não os veiculou até o terceiro dia do evento, apenas mencionando a coleta seletiva realizada no evento após as 21 horas, quando terminava o cozinha show. Ainda assim, o locutor mencionava a coleta seletiva realizada no evento como se fosse realizada apenas pela fundação do meio ambiente, mas sem informar onde eram os dois pontos de coleta e nem o nome do movimento e da cooperativa e escola parceiras da ação. Nos sentindo muito frustrados e desrespeitados pois houve todo um esforço de nossa parte para fazer dar certo. E assistimos mais um ano do festival com catadores de idade avançada trabalhando toda a madrugada literalmente catando lixo! Uma coisa que tanto desejávamos minimizar e até evitar!”
Dani Rosante conta qu, após perceber que esta realidade não se modificaria, o movimento providenciou no sábado de manhã uma caixa de som portátil para falar diretamente com as pessoas nas praças de alimentação: “só no quarto e último dia do evento tivemos de fato a metodologia inicial que propusemos realizada. As pessoas se sensibilizaram nitidamente com a ação, elogiaram, bateram palmas depois das falas, e as crianças falavam com a gente no microfone, criando uma ação alegre e descontraída que saiu melhor que a encomenda. Como sabíamos que iria acontecer, o material começou a chegar nos bags de recolhimento, efetivando uma coleta de fato e não de fake, como costuma ser mencionada esta forma de coleta onde aonde coloca os containers sem sensibilização correta da população”.
Dani Rosante é artista, educadora popular e professora efetiva da Universidade Federal do Tocantins que realiza ações de extensão universitária na comunidade de Taquaruçu, e encerra dizendo: “Esta ação no FGT foi uma oportunidade incrível para mostrar como pequenas ações podem ter um grande impacto positivo no meio ambiente e na vida das pessoas, principalmente as mais vulneráveis, que mais sofrem com os problemas ambientais. Temos o desejo de evidenciar o sucesso da metodologia aos gestores, sensibilizando-os de forma integral para efetivação de uma parceria nas ações que se seguirão por parte do movimento, que veio para ficar. Temos consciência de que a coleta no festival se trata de uma ação ainda muito incipiente, e que ainda há muito a caminhar. Nosso desejo é trabalharmos em parceria com o poder público efetivando ações duradouras e consistentes que respeitem a comunidade local. Nosso sonho é efetivar uma coleta seletiva de porta em porta que gere renda e dignidade para nossa comunidade, fortalecendo também os trabalhadores que já atuam neste setor”.
Ao final do último dia de evento o movimento realizou a doação de mudas para as pessoas presentes.
Quem se interessar em conhecer mais o movimento e suas ações pode entrar nas redes sociais que foram criadas por estudantes da disciplina Jornalismo e Cidadania do Curso de Jornalismo da UFT, sob orientação da professora Vera Lúcia, que também realiza as ações extensionistas da universidade junto a comunidade de Taquaruçu, demonstrando que a parceria sociedade civil e poder público tem força e poder realmente contribuir na transformação da sociedade para melhor!
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