15 de maio de 2024 13:38

Editorial

ARTIGO | MATURIDADE É ABRIR MÃO, DEIXAR IR

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ARTIGO | MATURIDADE É ABRIR MÃO, DEIXAR IR
Foto: Divulgação

Nunca desista, persista até o fim se quiser realizar seus sonhos! Isso parece familiar? Somos ensinados desde crianças, nos desenhos animados, filmes e séries que os verdadeiros heróis jamais desistem, porque permanecer é um ato de coragem e força, então você deve evitar a todo custo a desistência. Entretanto, algo terrível acontece: nos tornamos adultos!

Quando chegamos à maturidade aprendemos que muitas vezes permanecer não é uma opção, se você não quiser destruir a sua saúde emocional ou machucar pessoas a quem ama, então aos poucos você vai entendendo que a linha é mais complexa entre a necessidade de continuar lutando e a maturidade de reconhecer que está na hora de abrir mão. É libertador para muitos deixar um emprego para se arriscar em outra área, outro mercado, outra cidade. E aquele discurso de “permaneça, não desista!” parece bobo e sem sentido.

Muitas pessoas permanecem em relacionamentos tóxicos e abusivos simplesmente por causa da premissa de se você abrir mão estará desistindo de ter uma vida melhor com aquela pessoa, ou “você está sendo chamado para ser a diferença nesse relacionamento e transformar a outra pessoa”. Há momentos em que persistir pode levar a consequências negativas, tanto para nós mesmos quanto para aqueles ao nosso redor. Reconhecer quando é hora de abrir mão de algo pode ser um ato de coragem e sabedoria, e não necessariamente um sinal de fraqueza.

A vida está repleta de mudanças, e muitas vezes é necessário se adaptar e seguir novos caminhos para alcançar nossos objetivos e encontrar felicidade e realização. Abrir mão de algo não significa necessariamente desistir, mas sim fazer escolhas conscientes sobre o que é melhor para nós mesmos em determinado momento. Abrir mão de um relacionamento tóxico não é desistir; é colocar a própria saúde e bem-estar em primeiro lugar. É reconhecer que merece ser tratado com respeito e dignidade, e que não é responsável por “mudar” ou “salvar” o parceiro.

Às vezes, a verdadeira coragem está em reconhecer quando é hora de seguir em frente, mesmo que isso signifique enfrentar a incerteza e a dor da separação. Buscar apoio de amigos, familiares e profissionais especializados pode ser fundamental nesse processo de sair de um relacionamento abusivo e construir uma vida mais saudável e feliz.

Portanto, é importante questionar e desafiar a narrativa de persistência cega em todos os aspectos da vida, especialmente quando isso pode levar a danos graves e irreparáveis. Em vez disso, devemos promover uma mensagem de auto-respeito, auto cuidado e empoderamento para tomar decisões que promovam nosso bem-estar emocional e físico.

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