Artigo – Se você, caro leitor, assim como este que vos escreve tiver mais de trinta já deve ter assistido ou ao menos visto, naquelas propagandas da sessão da tarde, a chamada para o filme: “Um morto muito louco”, o longa de 1989 narra um absurdo: dois jovens passam o final de semana com um cadáver, fingindo que ele está vivo, enquanto interagem com várias pessoas em diversas situações, sendo utilizado como um boneco de ventríloquo, pelos rapazes. Pois bem, a esta altura você já sabe a que fato estou me referindo quando relato ela sinopse inverossímil.
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A reportagem de ontem do Jornal Sou de Palmas trouxe essa inacreditável situação, que só poderia ter acontecido em nosso amado país, mas, o que o fato de uma mulher na mesa de empréstimos de um banco, com o seu tio falecido em uma cadeira de rodas enquanto tenta solicitar um empréstimo em nome do cadáver, tem a ver com o Brasil? Por incrível que pareça: Tudo! Ou você acha que não é comum pessoas tentarem conseguir meios de lucrar com situações semelhantes, seja por meio de recebimento de aposentadorias ou seguros, não é nada incomum casos de fraudes relacionado a parentes que buscam através de situações semelhantes usufruir o máximo possível de uma oportunidade (e nem estou dizendo que este é o caso específico, pois ainda está em investigação, mas de acordo com os médicos que fizeram o atendimento ao desfalecido, o óbito foi atestado como tendo ocorrido horas antes do atendimento).
Precisamos compreender que há muitos aspectos a serem considerados nestes casos, desde a necessidade de mais assistencialismo a famílias de idosos, acompanhamento mais próximo mesmo em casos que são verificadas provas de vida, a fim de que situações assim sejam menos frequentes. Caso seja atestada a má fé, por parte da parente do idoso, se classificaria não apenas como crime, mas uma falta de respeito terrível à memória de um parente, um ser humano que precisaria ser tratado com mais dignidade. O título deste artigo remete a um comentário que li sobre a reportagem, seria realmente cômico, se não fosse horrível, mas a nossa capacidade de transformar tudo em humor alcança níveis ainda não contabilizados.
Há também a necessidade de educação e conscientização da população sobre os direitos e deveres relacionados aos cuidados com os idosos e com os falecidos. Isso inclui informar as pessoas sobre os procedimentos legais e éticos que devem ser seguidos em casos de falecimento de parentes, bem como sobre os recursos disponíveis para ajudar as famílias a lidarem com essas situações de forma digna e adequada. É importante destacar que o respeito à memória dos falecidos vai além de questões legais e econômicas. Envolve também aspectos emocionais e culturais, como o luto e o reconhecimento da importância das pessoas que já se foram em nossas vidas.
Além disso, políticas públicas voltadas para o envelhecimento saudável e a proteção dos direitos dos idosos são fundamentais para prevenir casos de exploração e abuso, garantindo que essa parcela da população seja tratada com o devido respeito e cuidado.