4 de maio de 2024 16:56

Editorial

ARTIGO | AS CRIANÇAS NÃO QUEREM MAIS SER MÉDICOS E ADVOGADOS

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ARTIGO | AS CRIANÇAS NÃO QUEREM MAIS SER MÉDICOS E ADVOGADOS

Recentemente viralizou um vídeo de um jovem em uma comunidade carioca entrevistando algumas crianças, filhos de moradores locais, dentre as perguntas feitas uma me chamou atenção, principalmente pela resposta dada por um dos meninos entrevistados. A pergunta foi: Qual é o seu sonho? A resposta do menino: “entregar gás, ou pizza”. Repare que, aquilo que o menino compreende como sonho está ligado a um emprego futuro, uma fonte de renda através do trabalho e de maneira visceralmente racional ele expressa que seu emprego almejado é de entregador, uma profissão digna, como qualquer outra, mas que está intrinsecamente ligada a realidade em que aquela criança vive.

 

Proponho com isso o seguinte questionamento: o quanto a realidade em que as crianças estão inseridas interferem nas projeções de futuro que elas almejam? E o mais importante saber, o que os órgãos governamentais e a escola podem fazer para que maiores possibilidades sejam oferecidas para essas crianças. Veja, em comunidades mais afastadas dos grandes centros encontramos situações de extremo risco, devido a alta taxa de criminalidade e o narcotráfico que se faz presente no dia-a-dia de todos os moradores, principalmente em capitais. Geralmente as pessoas associam todos os moradores dessas comunidades aos criminosos ali presente, entretanto, existe aquela enorme parcela de famílias bem estruturadas moralmente, onde os filhos são encorajados a buscar um futuro digno, através do trabalho.

 

Sabendo que as famílias cumprem bem o seu papel nesse sentido, cabe então aos órgãos públicos propor não apenas os empregos e possibilidades que já são do cotidiano e realidade das comunidades, que muitas vezes não conseguem manter o trabalho de muitos jovens. Alguns por vezes transitam de um emprego para outro, quando não acabam optando em último caso às possibilidades junto aos criminosos da própria comunidade, não por ausência de ensino, mas oportunidades de renda digna escassas. Sabemos que não basta ser um jovem de bem, com senso de trabalho, quando as possibilidades são mínimas. Agora voltemos àquela criança do início desse artigo, se fossem propostos cursos profissionalizantes, que promovem o ensino para o primeiro emprego, se oportunidades em outras áreas também estivessem disponíveis?

 

A escola desempenha um papel crucial no desenvolvimento dessas crianças. Ela não só pode oferecer uma educação de qualidade, mas também pode ser um espaço para inspirar e orientar os alunos sobre as várias possibilidades de carreira e caminhos futuros. Através de parcerias com empresas locais, estágios e programas extracurriculares, a escola pode ajudar os alunos a explorar e experimentar diferentes áreas, expandindo suas perspectivas.

No entanto, é importante considerar que não há uma solução única para esses problemas complexos. É necessário um esforço coordenado e contínuo entre o governo, as instituições educacionais, as famílias e a comunidade em geral para criar um ambiente onde todas as crianças possam sonhar e ter oportunidades reais de alcançar um futuro digno. Um dia chegaremos lá!

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