12 de maio de 2024 01:43

Editorial

Além dos muros: Relato de professor sobre rigidez e segurança de penitenciária que detentos fugiram no RN viraliza nas redes sociais; VEJA

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Além dos muros: Relato de professor sobre rigidez e segurança de penitenciária que detentos fugiram no RN viraliza nas redes sociais; VEJA
Professor Francisco Augusto Cruz de Araújo - Foto X: @gutorn

Um professor que trabalhou durante dois anos na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, usou seu perfil no X (antigo Twitter), no sábado (17), para revelar detalhes de como funcionam os procedimentos rigorosos, desde a vestimenta até a rotina dentro das celas do local.

A penitenciária, considerada de segurança máxima, ganhou bastante notoriedade na última semana após dois detentos que estavam no local conseguirem fugir.

O relato do professor

Em um relato, o professor Francisco Augusto Cruz de Araújo, descreveu a preparação prévia necessária antes de entrar na penitenciária. Desde o envio antecipado dos documentos até a investigação profunda realizada pela inteligência em Brasília.

”A roupa: antes de iniciar as idas, a gente recebe um e-mail com informações sobre as vestimenta. Roupas sem nada de alumínio, botão, zíper. Nada de jeans. Só calça de academia, tênis apenas de pano e borracha. Cada profissional lá usa roupa de uma cor para ser id pelas câmeras”, escreveu o professor.

Ele ainda ressaltou: ”15 dias antes de ir ao presídio, enviamos nossos documentos. São enviados para a inteligência em Brasília e colocam nossa vida de cabeça pra baixo. Fazem uma investigação profunda. Só entra quem tem nível alto de confiança. Se não mandou documentos antecipadamente, não entra”. 

Material didático dos detentos 

”Material de estudo: tudo impresso, folhas numeradas e pags coladas. Nada grampeado, encadernado, nada. Tudo é colado. Nada de alumínio passa do portão. Celulares no carro, pendrives, nada. Detector de metais na entrada, nos corredores e nos pavilhões. Muito + seguro q aeroporto”.

O professor declarou também que os detentos usam tubinho interno de tinta da caneta para escrever.

”Ele recebe o tubinho de manhã, é recolhido a tardezinha. Na cela, só colchão, livro, sua roupa e nada mais. Nem lençol tem, para que não se suicidem ou fujam. Uma latrina, pia e 1 chuveiro a uns 6m de altura”.

Presos em celas individuais 

”Os presos estão sempre em celas individuais e saem 2h por dia para um pátio para tomar sol. Eles podem fazer atividade física em duplas no máximo. Correr, fazer flexão, abdominal. Os mais perigosos ficam em regime diferenciado: não saem para nada”, escreveu o professor.

Veja abaixo o relato completo:

O caso dos fugitivos

Além dos muros: Relato de professor sobre rigidez e segurança de penitenciária que detentos fugiram no RN viraliza nas redes sociais; VEJA

 

Dois presos fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, na região Oeste do Rio Grande do Norte, na quarta-feira (14). Esta é a primeira fuga registrada na história do sistema penitenciário federal, que conta com cinco presídios de segurança máxima.

Os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, também conhecido como “Tatu” ou “Deisinho”. Ambos são do Acre e estavam na penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro de 2023.

Os dois homens são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar – preso na mesma unidade – e foram transferidos para o presídio federal de Mossoró após se envolverem em uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco. A rebelião resultou na morte de cinco detentos, três deles decapitados.

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