Cinco grandes concursos prometem abrir mais de 20 mil vagas para o serviço público no segundo semestre: Polícia Rodoviária Federal, Instituto do Seguro Social (INSS), Receita Federal, Ministério do Trabalho e Ministério da Justiça.
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É o que aponta levantamento feito pelo Complexo de Ensino Renato Saraiva (CERS), a pedido do R7.
Apesar de 2019 ser o primeiro ano de atuação do novo governo federal – quando normalmente há contenção dos concursos –, o quadro para o segundo semestre é bastante promissor, segundo Renato Saraiva, fundador do CERS.
“Todo início de governo federal há uma retração porque o governante que chega quer tomar partido do que está acontecendo antes de iniciar os processos seletivos. Neste ano, com a reforma da Previdência e muitos servidores se aposentando, o governo não teve como adiar a realização das provas”, diz Renato Saraiva, fundador do CERS.
De acordo com ele, a Polícia Rodoviária Federal estuda realizar um novo concurso ainda este ano, e a expectativa é de que as oportunidades sejam para a carreira de policial rodoviário.
O cargo exige nível superior e tem inicial de R$ 9 mil. “Temos um concurso em andamento, mas ele não supre o déficit de profissionais na corporação.”
Outra aposta de Saraiva é a prova da Receita Federal do Brasil que, segundo ele, conta com um déficit de mais de 21 mil servidores.
O órgão já pediu autorização para a realização de um concurso com 5.000 vagas, com cargo inicial que tem remuneração de até R$ 12 mil.
Ministério do Trabalho e da Justiça também estão com solicitação de concurso protocoladas por causa de déficit de servidores em ambas as pastas, de acordo com o especialista.
Por último, ele lembra que o superintendente do INSS no Piauí, Ney Ferraz, já deu entrevista confirmando a autorização para um concurso com mais de 17 mil vagas.
Segundo Saraiva, o edital será publicado no segundo semestre e o salário inicial será de até R$ 12,6 mil.
Gabriel Henrique Pinto, diretor e professor da Central de Concursos, destaca que é sabido que 50% dos servidores do INSS estão em condições de se aposentar.
“Grande parte dos servidores públicos está aguardando a reforma da Previdência para ver se vai entrar com o pedido de aposentadoria ou não. Provavelmente haverá uma debandada geral de servidores e o poder público precisará repor. Sei que o governo está preocupado em conter gastos, mas é impossível não fazer concursos para suprir esse déficit. ”
Polícia Civil e Militar devem abrir 10 mil vagas em SP
Pinto diz que vários concursos de prefeituras e estados já estão autorizados e devem publicar seus editais a qualquer momento.
Em São Paulo, por exemplo, ele destaca os das polícias Civil e Militar que juntos abrirão mais de10 mil vagas, professor, coordenador pedagógico, auxiliar de promotoria, Detran e Tribunal de Contas do Município.
“A maioria já tem autorização para sua realização e alguns estão aguardando o despacho. ”
As inscrições para o concurso da PM de SP estão previstas para serem abertas na próxima quinta-feira (15) e seguirem até o dia 25 de setembro. Serão 2.700 para soldado da instituição. Poderão se candidatar homens e mulheres de 17 a 30 anos. O salário será de R$ 3.164,58.
A inscrição deverá ser feita no site da Vunesp. A taxa será de R$ 50. As avaliações começarão no dia 24 de novembro. A taxa de inscrição será de R$ 50.
Decreto afeta apenas provas do Executivo Federal
O decreto nº 9.739/2019, publicado pelo presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, que amplia as exigências para os órgãos do governo pedirem a abertura de novos concursos públicos, não deve afetar o volume de provas que serão promovidas em 2019.
Segundo Thallios Moraes, coordenador das carreiras de tribunais do Alfa Com, a nova legislação contempla apenas o âmbito federal, ou seja, não atinge a execução de concursos nas esferas do legislativo, judiciário, estadual e municipal.
Moraes ressalta que nesse novo governo, a área de segurança pública ganhou destaque nas provas.
“Foi uma política de campanha do Bolsonaro, aparelhar melhor a segurança pública. O governo está vendo a necessidade que os órgãos ligados à área apresentam com o déficit enorme de servidores. Os concursos devem se intensificar. ”
Preparação deve ser específica para cada concurso
Especialistas ouvidos pelo R7 são unânimes ao dizer que o candidato deve escolher qual concurso deseja concorrer e se preparar sob medida para ele.
“O conteúdo das provas varia muito conforme o edital. Às vezes é possível se preparar para dois concursos ao mesmo tempo, mas não recomendamos. O ideal é estudar para apenas um”, diz Pinto.
Para Saraiva a diferença do “concurseiro amador” e “concurseiro profissional” é justamente esta. O primeiro sai atirando para tudo quanto é lado, estuda para vários concursos de várias áreas ao mesmo tempo, e o segundo se dedica a um exclusivamente.
Segundo ele, antes de qualquer decisão, é importante escolher uma área de atuação. “Quer ser policial, trabalhar em um tribunal ou ser fiscal? Decida e escolha uma área de atuação. É muito difícil atingir objetivo atirando para todos os lados.”
Outra dica do especialista é que o candidato nunca pare de estudar até conquistar o cargo desejado.
“O ideal é que ele acabe de prestar um concurso e já vá estudando para outro. Não dá para esperar o edital sair para começar a estudar porque ele é divulgado, normalmente, 90 dias antes da prova. É pouco tempo para o preparo. ”