A Justiça autorizou a internação forçada de cunhados do prefeito de Cariri do Tocantins, na região sul do estado, caso eles continuem se recusando a cumprir a quarentena. O pedido foi apresentado pelo Ministério Público após o gestor informar que os homens tinham descumprido as regras de isolamento. De acordo com o MP, um deles chegou a passear em um balneário da cidade mesmo após ser diagnosticados com a doença.
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O outro homem mora com os pais que testaram positivo para a doença. Ele se recusa a fazer o exame e foi visto andando pela cidade, inclusive em um supermercado. Segundo a promotoria, os dois teriam que cumprir a quarenta até o dia 22 de maio, mas não ficaram isolados em nenhum momento.
Cariri do Tocantins é a cidade que proporcionalmente tem a maior incidência do vírus em todo o estado. O município possui 4.382 habitante e até esta terça-feira (19) já confirmou 48 casos da doença. Isso significa que um em cada 91 moradores está contaminado.
“O comportamento dos dois homens é injustificável, principalmente considerando que eles já foram orientados a permanecer em isolamento social e levando em conta o alto grau de propagação do coronavírus em Cariri do Tocantins”, enfatizou o promotor Marcelo Lima, que cuida do caso.
Quando fez a denúncia, o prefeito disse que tomou a decisão porque a família dele deveria ser a primeira a dar o exemplo. O gestor, a primeira-dama e um filho do casal tiveram a doença e receberam alta nesta segunda-feira (18) após cumprirem o período de isolamento.
A cidade está sob o efeito do lockdown desde o último sábado (16), junto com outras 34 cidades em todo o estado. Cariri do Tocantins não tem hospitais de alta complexidade e os pacientes graves do município precisam ser transferidos para Gurupi ou Palmas.
Além de autorizar a internação dos dois em caso de desobediência, os cunhados do prefeito também foram advertidos de que podem responder criminalmente por colocar a saúde de outras pessoas em risco. A pena neste caso pode chegar a um ano de prisão. Se precisarem ser internados, os dois terão que arcar com todos os custos do período em que ficarem no hospital.
Casos do tipo também foram registrados em Palmas, Guaraí, Araguaína, Aurora do Tocantins e Ponte Alta do Tocantins. No caos de Aurora, o paciente divulgou até áudios ameaçando infectar outros moradores propositalmente. Em alguns deses casos foram estabelecidas multas que chegam a até R$ 500 mil para os infratores.