Cidades
Araguaína é destaque nacional em projeto inovador de prevenção à hanseníase
De 2016 a 2018, Araguaína obteve a maior cobertura brasileira na busca de novos casos e de administração dos medicamentos para prevenção da hanseníase, o antibiótico rifampicina e a vacina BCG. O anúncio foi feito pela enfermeira e coordenadora nacional do projeto internacional PEP-Hans (Profilaxia Pós Exposição), Eliane Ignotti, na última quarta-feira, 3, no auditório do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest). A representante fez a apresentação dos dados locais e das outras 15 cidades brasileiras participantes.
“A cidade obteve a maior cobertura brasileira com quase cinco mil contatos. A mais efetiva em exame para diagnosticar precocemente e dar o rifampicina”, anunciou a coordenadora. Além do Município, participaram do experimento Colinas do Tocantins, sete cidades da região de Petrolina, em Pernambuco, Rondonópolis e mais seis na área de Alta Floresta, no Mato Grosso.
Dos 4.782 contatos que foram examinados de 2015 a 2018, houve registro de 324 casos novos de hanseníase. Desses, 61 casos foram encontrados pelos servidores da saúde em rastreio de pessoas próximas aos moradores com confirmação de contágio. Dos contatos registrados, 89,3% foram encontrados para inclusões no PEP-Hans, também maior porcentagem brasileira.
Rastreio eficiente
Outro destaque feito pela coordenadora foi a organização do Município no controle e apresentação dos dados públicos. E além dos números positivos, um dos exemplos que ela está levando para apresentação em outras cidades é a imagem do mapeamento feito por Gilson de Araújo, enfermeiro da unidade básica de saúde (UBS) Dr. Francisco, da Vila Aliança.
“O programa é estratégico e temos que fazer mapa para todas as ações, é um estudo de vulnerabilidade e onde existe temos que saber a concentração. Eu vi onde estava concentrada em minha área e registrei. Também coloquei os locais por onde já havia passado pesquisando, é o meu rastro”, contou o enfermeiro.
Capacitação continua
Em Araguaína, todos os envolvidos no combate à hanseníase recebem capacitação anualmente. São cerca 300 agentes de saúde, enfermeiros e médicos das 20 UBS e ainda servidores do Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF).
De acordo com a coordenadora municipal da Vigilância Epidemiológica, Regina Gomes, o treinamento é importante para ajudar em nas fases do diagnóstico. “Nas visitas, o agente de saúde pergunta se há alguma manchinha ou dormência. Se sim, é orientado ir à UBS para avaliação do enfermeiro e médico”, detalha.
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