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Brasil em chamas | Em Mato Grosso do Sul, mais de 1 milhão de hectares queimaram em uma semana
Em uma semana, mais de um milhão de hectares queimaram em Mato Grosso do Sul. Os incêndios atingiram áreas importantes de projetos de preservação da natureza.
O fogo devastou quilômetros de vegetação nativa. Nada de verde, só cinzas e galhos retorcidos. Um silêncio angustiante. “É triste, né? A gente ver o fogo passar e a gente, por mais que esteja todo mundo se esforçando muito para poder combater, às vezes a gente fica de mãos atadas. Tem que esperar passar para poder agir”, diz a bióloga Kefany Ramalho.
Na segunda-feira (9), o fogo se alastrou em poucas horas. As chamas consumiram tudo.
Uma das pesquisas de uma fazenda atingida é da Onça Pintada. Pelo menos oito filhotes tinham nascido nos últimos tempos. A preocupação é saber onde estão esses animais. No recinto onde as onças criadas em cativeiro reaprendem a ser selvagens, tinha uma onça na hora do fogo. Ela foi retirada às pressas.
Um avião foi buscar o animal, que foi levado em segurança para outra fazenda longe do fogo. A força-tarefa de combate ao incêndio trabalha sem parar.
Mais de cem pessoas apagam o incêndio na fazenda Caiman, só que o vento, por diversas vezes, ao longo da semana, reacendeu as brasas. “Está estalando, está escutando? O estalo? É fogo! O pessoal está indo lá para procurar um acesso para poder entrar, porque é muito complicado”, alerta o bombeiro.
Quase cem mil litros de água já foram despejados na vegetação em chamas. Muitos animais morreram, outros fugiram assustados. Alguns já começaram a voltar.
Um grupo de pesquisadores de diferentes instituições chegou neste sábado (14) a fazenda para começar um estudo sobre a capacidade de recuperação do Pantanal.
“A minha preocupação é com a fauna. Eu quero saber o que vai acontecer com a fauna, qual foi o dano que esse fogo acarretou. Muitas áreas que não foram queimadas e, como a fazenda é muito grande, a fauna pode se abrigar, pode fugir. Mas os efeitos a gente vai sentir mais para frente”, afirma o empresário Roberto Klabin.
Dois dias atrás, a primeira onça foi avistada. O incêndio não queimou só os pastos. Destruiu bosques com árvores frutíferas importantes para alimentação de aves e animais silvestres. Esse é o período de reprodução das araras azuis no Pantanal e elas já começaram a voltar. Uma alegria para os pesquisadores.
Agora as biólogas estão subindo em todas as árvores, checando os ninhos para ver se os filhotes e os ovos sobreviveram. São 22 ninhos com ovos e filhotes. “Esse incêndio aqui é como uma catástrofe. Deve afetar a população e a reprodução das araras aqui no Pantanal”, acredita a bióloga Neiva Guedes.
Em um ninho, as pesquisadoras encontraram dois filhotes. O mais novinho não resistiu. Foi o único que morreu até agora por causa do calor. O outro está bem saudável.
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