Localizado e preso no sul do Tocantins, em um rancho na zona rural da cidade de Sucupira, Osório José Lopes Júnior, o pastor procurado pela polícia do Distrito Federal é investigado por participar de um esquema que aplicava grandes golpes financeiros.
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A prisão aconteceu nesta quinta-feira (21). De acordo com as investigações da polícia, o grupo criminoso chegou a prometer para as vítimas lucro de ‘um octilhão’.
Mais uma prisão
Além de Osório, também foi presa nesta quinta-feira (21) Maria Aparecida Gomes Barbosa, 63 anos, pastora missionária suspeita de envolvimento em esquema. Ela foi localizada em Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, na casa da filha.
A operação do Distrito Federal foi deflagrada para na manhã de quarta-feira (20) e as milhares de vítimas estão no Brasil e no exterior. A Polícia Civil aponta que o grupo movimentou R$ 156 milhões em 5 anos, além de criar 40 empresas “fantasmas” e movimentar mais de 800 contas bancárias suspeitas.
Investigação
De acordo com a Polícia Civil do DF, os suspeitos de aplicar o golpe usavam uma teoria conspiratória conhecida como “Nesara Gesara” e prometiam lucro de até um “octilhão” de reais.
O grupo criminoso é composto por 200 integrantes, incluindo dezenas de pastores. Dentro das igrejas, os fiéis eram incentivados a investir as economias em falsas operações financeiras ou projetos de ações humanitárias que não existiam. As vítimas eram induzidas a pensar que estavam sendo “abençoados por Deus para receber grandes quantias”.
De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos usavam redes sociais para cometer os golpes. O objetivo era convencer as vítimas a investirem suas economias em falsas operações financeiras ou falsos projetos de ações humanitárias.
Os agentes do DF cumpriram dois mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão no DF, em Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo.
Quem é Osório?
Osório é acusado de aplicar golpes em fiéis de Goianésia, no centro de Goiás, e demais pessoas de vários estados do país, em 2018. À época, ele e outro pastor alegavam que haviam ganhado um título de R$ 1 bilhão, mas precisavam reunir fundos para conseguir recebê-lo.
Ainda em 2018, o homem chegou a ser preso, mas respondia ao processo em liberdade. A sentença ainda não foi proferida pela Justiça. Após ser liberado da prisão, Osório se mudou para São Paulo.
A investigação da Polícia Civil descobriu que o líder religioso chegou a arrecadar cerca de R$ 15 milhões com o golpe. Para uma das vítimas, prometeu repassar mais de R$ 2 quatrilhões.
O pastor Osório usava as redes sociais para anunciar o esquema. Ele tem um canal no YouTube com mais de 70 mil inscritos e cerca de 500 vídeos publicados. Nas pregações, pedia dinheiro para a “operação”. Segundo ele, em alguns dias, todos receberiam “aquilo que era o de direito”.
Nota defesa do pastor
Em nota, a defesa do pastor informou que ainda não teve acesso aos autos e que precisa ver o fundamento da decretação da prisão para depois requerer a revogação. Se for indeferida, irá impetrar um habeas corpus.
Na quarta-feira (20), a defesa do pastor afirmou que ele não tem nada a ver com as investigações contra o grupo e que Osório não sabia de nenhum mandado de prisão contra ele, pois “está viajando em lua de mel”. Além disso, detalhou que desconhecia as acusações.