A Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp) concluiu na última semana, a capacitação de educação permanente para formação dos nove farmacêuticos do ‘Programa Palmas para Todos (PPT)’, que estão atuando como organizadores dos ‘Grupos de Apoio Terapêutico ao Tabagista (Gatt)’, do Programa Municipal de Controle de Tabagismo (PMCT) da Secretaria da Saúde (Semus) em nove Unidades de Saúde da Família (USFs) da Capital, onde estão sendo desenvolvidos o programa. A previsão é expandir para todas as 34 USFs até 2023. A USF Satilo Alves, na Arso 111 (1103 Sul), fará uma ação específica sobre o tema na próxima terça-feira, 31, a partir das 8 horas, data em que se celebra o Dia Mundial sem Tabaco e Dia D de Combate ao Câncer Bucal.
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O farmacêutico Guilherme Borges foi um dos que recebeu o treinamento e é o organizador do Gatt da USF Satilo Alves, localizada na Arso 111 (1103 Sul), e explica que o primeiro passo é o tabagista procurar a unidade demonstrando interesse em parar de fumar. “O paciente relata aqui mesmo na unidade e entra no sistema, assim eu capto ele para uma consulta para verificar o grau de dependência à nicotina, avaliamos ainda a saúde física e mental para traçarmos uma conduta de tratamento específica para cada paciente no grupo”, pontua Borges, explicando que toda a equipe de saúde está envolvida no tratamento e, para a USF iniciar a oferta do programa precisa ter a equipe mínima composta por: farmacêutico, psicólogo e prescritor (médico ou odontólogo).
Dia 31 de maio foi o dia instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo, com isso criou-se o ‘Dia Mundial sem Tabaco’ e ‘Dia D de Combate ao Câncer Bucal’. No Brasil, o Inca é o responsável pela divulgação e elaboração do material técnico para subsidiar as comemorações em níveis federal, estadual e municipal.
Mudança de vida
Segundo dados da Coordenação Técnica de Doenças e Agravos não Transmissíveis (CTDANT) da Semus, em Palmas são 10.310 tabagistas cadastrados nas unidades de saúde da rede municipal de saúde. Fumante há 12 anos, o massoterapeuta José Arnaldo Carneiro, de 31 anos, recorreu ao tratamento em busca de uma nova vida e sair desta estatística. “Já tentei parar de fumar sozinho, mas não consegui, pelo contrário, observei que durante a pandemia aumentei o consumo. E, logo quando soube do programa, imediatamente me inscrevi, pois percebi que o cigarro faz mal não apenas para minha saúde, mas interfere diretamente no meu dia-a-dia. O cigarro fica ainda na pele, no hálito, em tudo, e isso é muito ruim. Me sinto mal no simples ato de beijar, por saber que tenho hálito de cigarro, e isso tem me afetado, quero ser uma pessoa melhor para mim, para o meu companheiro e para todos que convivem comigo. Quero me doar melhor, viver bem!”
Psicóloga residente em Saúde da Família e Comunidade da Fesp, Isaura Rossato, é a terapeuta que irá acompanhá-lo nesta nova jornada. “O tratamento fisiológico, medicamentoso, é um adjuvante, vamos desenvolver diversas estratégias, por meio da terapia cognitivo-comportamental, focada na condução do grupo dando autonomia ao paciente até alcançarmos a cessação tabágica. Nosso primeiro objetivo é estabelecer uma rotina livre de tabaco, observando e propondo mudanças no comportamento”, disse.
Malefícios e Tratamento
Todo o tratamento, incluindo a medicação, é ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A facilitadora da capacitação da Fesp e analista Técnica da Semus, farmacêutica Marta Cardoso, explica que os principais medicamentos utilizados na cessação tabagística são a bupropiona e o adesivo de nicotina e, estes devem ser condicionados em armário com chave e a dispensação feita somente pelo farmacêutico responsável. “Toda medicação já está disponível na rede municipal de saúde e estes são os principais utilizados na síndrome de abstinência. Mas, caso haja necessidade de outros medicamentos, a prescrição é adaptada de acordo com a realidade de cada paciente e o medicamento e entregue ali mesmo na unidade”, esclareceu.
O odontólogo preceptor Marco Furtado, destacou que em duas semanas de tratamento o paciente começa a ver resultado já na diferença no olfato, no paladar, no gosto da comida e outras melhorias, como na própria pele. “Tudo é reversível e tudo tratado pelo SUS. Os dentes de um fumante não ficam amarelos, ficam pretos por causa da combustão, por isso o fumante pode mentir para todo mundo, menos para o dentista. A mucosa fica toda comprometida, vem as doenças da gengiva como a periodontite, sem contar o câncer de boca, onde cerca de 90% dos casos são relacionados ao tabagismo, por isso estão no mesmo dia”, pontuou Marco, reforçando que não existe cigarro mais ou menos saudável, fitness. “Cigarro comum, palheiro, eletrônico, todos causam danos à saúde”, alertou.
Saiba mais sobre o programa aqui.