Quase um ano após a morte da adolescente Letícia Tanzi, de 13 anos, esfaqueada pelo pai em São Roque (SP), fotos da vítima passaram a ser utilizadas em postagens maliciosas feitas por perfis falsos em uma rede social.
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Letícia foi assassinada a facadas em casa no dia 3 de outubro de 2018, horas depois de o pai ter deixado a prisão, onde cumpria pena por estupro contra a cunhada.
Durante o período em que ficou preso, ele também foi denunciado pela filha pelo mesmo crime. Horácio Nazareno Lucas continua foragido, mesmo com dezenas de operações de busca realizadas pela polícia na região.
Em meio à dor de perder a filha e ao medo por saber que o ex-marido continua solto, a mãe de Letícia, Tamires Tanzi, tem que lidar com publicações de textos caluniosos sobre a filha. As postagens afirmam que a menina teria sido encontrada com o pai em uma suposta traição flagrada por um parente.
“Muito triste saber que ninguém se importa com a dor do outro, não respeitam e vou tentar descobrir de onde partiu isso. São pessoas que não têm o que fazer”, disse.
A mãe conseguiu entrar em contato com um dos perfis que fez as publicações. O dono do perfil alegou que teve a conta invadida.
“Mas outros perfis compartilham a mesma coisa. As pessoas fazem comentários maldosos e também me xingam”, conta.
Segundo ela, o caso deve ser registrado na delegacia nos próximos dias e o crime deve fazer parte do inquérito que investiga a morte da adolescente.
Assassinada pelo pai
Na época do crime, ao sair da penitenciária – com o benefício de recorrer da primeira acusação de estupro em liberdade -, Horácio foi para casa tentar convencer a filha a retirar a denúncia. Ela se recusou e foi esfaqueada várias vezes.
A mãe e o irmão mais novo de Letícia atualmente moram com parentes, em outra região da cidade. A dona de casa voltou a estudar e matriculou o filho em outra escola. Os dois e o restante da família temem por uma nova retaliação do foragido.
“Comecei a sair de casa, mas ando sempre atenta, nunca de cabeça baixa e fico olhando todos que passam perto de mim para ver se vejo aquele monstro. O que eu quero é justiça para a minha filha. Ele não pode ficar impune, tem que pagar”, contou Tamires, anteriormente.
Segundo a Polícia Civil, dezenas de denúncias apontaram possíveis locais onde o suspeito poderia estar, mas ele não foi encontrado em nenhum deles.