- Publicidades -
O preso que gravou vídeos e usou as redes sociais para mostrar a rotina do presídio Dalton Crespo, em Campos, no Norte Fluminense , será transferido ainda nesta terça-feira, para a Penitenciária de segurança máxima Laércio da Costa Pelegrino, mais conhecida como Bangu I, no Complexo do Gericinó, na Zona Oeste do Rio.
De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), o detento foi identificado durante uma revista realizada, nesta segunda-feira, no Dalton Crespo. A mesma operação encontrou no interior da unidade 17 celulares, 13 chips além de uma quantidade de drogas.
O interno, que não teve o nome divulgado pela Seap, mas que o Globo apurou ser Uélinton Adolfo da Silva, tinha 2.159 seguidores em uma rede social. Ele gravou vídeos revelando, entre outras coisas, parte das dependências do presídio Dalton Crespo. Em uma das cenas divulgadas, ele mostra a preparação de um misto quente em uma das celas. Em outro vídeo, postado, o detento filmou as grades da prisão em meio a lencóis e roupas penduradas.
Leia Também
Em outra gravação, o preso mostra um jogo de futebol disputado pelos internos no pátio da prisão. Para não ficar mal com colegas de cela, ele teve o cuidado de exibir apenas os pés dos detentos, evitando mostrar os rostos dos jogadores. No mesmo post, ele digitou uma mensagem se referindo ao momento de lazer:” hoje foi tudo na paz”, escreveu. Todos as postagens eram embaladas por pagodes e raps.
Nas mensagens veiculadas pela internet, ele também mostrou os “deveres” de quem compartilha a mesma cela, como o de tentar manter limpo o ambiente : “hoje foi dia de faxina”, digitou em um post, que exibe um vídeo de detentos limpando com água sabão e rodos. A limpeza acontece no que parece ser um corredor interno que dá acesso às celas.
Leia Também
Além de ter divulgado vídeos com a rotina do presídio, o preso respondeu perguntas formuladas por seus seguidores. Numa postagem, uma seguidora perguntou se os internos estavam recebendo visitas normais, como antes da pandemia, ou se o período de visitação estaria reduzido. ” Está normal”, escreveu o detento na resposta.
Fernando veloso, secretário de Administração Penitenciária disse, em nota divulgado pela Seap, que não será tolerável a uma ocorrência como essa e que a corregedoria do órgão já foi acionada.
“Já iniciamos um procedimento de apuração com a Corregedoria, que irá apurar a ocorrência com o máximo rigor que a lei permitir. É intolerável que os presos continuem tendo acesso ao mundo exterior. Vamos intensificar as ações de repressão e punir quando descobrirmos os envolvidos no ingresso desses materiais não permitidos na unidade”, concluiu o secretário. Confira a íntegra da nota enviada pela Seap. “A SEAP informa que, imediatamente, após tomar conhecimento dos fatos de que um preso estaria gravando e divulgando vídeos em redes sociais no Presídio Dalton Crespo, em Campos dos Goytacazes, realizou uma revista geral na unidade, na tarde dessa segunda-feira (01/11), e identificou o preso responsável pela produção das imagens. O mesmo sofrerá as devidas sanções disciplinares e será encaminhado, nesta terça-feira (02/11), para a Penitenciária de segurança máxima Laércio da Costa Pellegrino (Bangu 1), no Complexo de Gericinó. Durante a revista no local, também foram encontrados 17 celulares, 13 Chips, além de uma pequena quantidade de drogas e outros ítens não permitidos. O material apreendido foi encaminhado à delegacia local para realização de registro de ocorrência. Ressaltamos que Corregedoria do órgão irá apurar, com rigor, o ingresso do material não permitido. É importante lembrar que a atual gestão tem realizado, com frequência, operações para impedir o ingresso de materiais ilícitos nas unidades prisionais fluminenses. O secretário de Administração Penitenciária, Fernando Veloso, afirmou não ser tolerável uma ocorrência como essa. —Já iniciamos um procedimento de apuração com a Corregedoria, que irá apurar a ocorrência com o máximo rigor que a lei permitir. É intolerável que os presos continuem tendo acesso ao mundo exterior. Vamos intensificar as ações de repressão e punir quando descobrirmos os envolvidos no ingresso desses materiais não permitidos na unidade — concluiu o secretário.”