Levantamento do Sebrae aponta que os pequenos empresários contam hoje com mais de 150 linhas de crédito específicas. Veja aqui a lista completa.
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O número integra o relatório semanal feito pela instituição desde 27 de março, com o estopim da crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus, e divulgado na terça-feira (02/06).
Dessa data em diante, o Sebrae registrou um crescimento de 363% (quase quintuplicou) no número de linhas de crédito oferecidas por bancos e cooperativas.
Em nível de comparação, foram coletadas 33 ofertas de crédito específicas para pequenas empresas no começo da pandemia, segundo os dados do Sebrae.
Para o analista de serviços financeiros do Sebrae Weniston de Andrade Abreu, esse é um indicador de que as instituições financeiras estão mais atentas à importância de crédito para sobrevivência dos pequenos negócios.
O economista Frederico Gomes, do Ibmec-DF, explica que, com esse crescimento, o empresário tem agora uma vasta opção para pesquisar e escolher a que melhor se adaptar à necessidade dele.
Contudo, o especialista ressalta que não necessariamente ter mais opções significa que o crédito vai chegar ao pequeno empresário.
“Uma coisa é disponibilizar a linha de crédito, outra coisa é ter esse dinheiro efetivado. A disponibilização da linha não significa reembolso”, analisa Frederico.
Nesta outra pesquisa, a FGV aponta que cerca de nove a cada 10 (86%) empreendedores que buscaram crédito durante o último mês tiveram o empréstimo negado ou ainda têm os pedidos em análise.
Como escolher
O economista explica que para escolher a melhor linha de crédito é preciso analisar as condições financeiras do empresário e as exigências das linhas ofertadas.
“Se o empresário não tem garantia para oferecer, deve procurar aquela que não oferece isso; se a taxa gera uma prestação que não vai conseguir pagar, então vai ter que descartar”, diz.
Quatro pontos
A pedido do Metrópoles, o professor definiu e comentou quatro opções a serem analisadas durante a procura do pequeno empresário às melhores linhas de crédito.
- Taxa: em tese, quanto menor a taxa, melhor para o pequeno empresário. No entanto, é preciso conferir a taxa efetiva da operação, ou seja, quanto vai pagar no fim das contas, incluindo todos os custos no empréstimo.
- Limite da operação: as instituições oferecem a depender do tamanho da empresa. Mas não adianta pegar um empréstimo muito grande e não conseguir pagar lá na frente. E se for um limite muito baixo, pode ser que não resolva o problema.
- Prazo total: vai depender, neste caso, do tempo de recuperação do negócio. Isso porque às vezes o empresário precisa de um prazo maior, pois vai gerar uma prestação mensal menor e, assim, e ele vai conseguir pagar.
- Carência: é importante, segundo Frederico, porque as empresas estão “sem receita” e algumas vão demorar a retomar o ritmo normal. Ficar algum tempo sem pagar a prestação do empréstimo pode ser fundamental para o empreendedor.