Artigo – O debate entre ciência e religião não começou ontem, mas houve um tempo em que as ciências e a teologia, assim como a irmã mais velha: filosofia, eram campos de uma mesma coisa, ou seja, conviviam juntas em harmonia. Estamos falando de algo em torno do século XIV, é claro. Quando as ciências e a religião enfim começaram a tomar rumos diferentes, com a ascensão de movimentos como o humanismo, iluminismo e outras ideias menos focadas na religião, houve a ruptura definitiva.
O século XIX e XX trouxeram avanços significativos para as ciências, teorias como a da evolução proposta por Charles Darwin revolucionaram o entendimento que diferencia o ser humano das demais espécies, uma base forte da igreja, que sustentou por muito tempo a compreensão da necessidade da religião, algo parecido com o que Galileu fez em relação ao heliocentrismo.
Hoje somos em torno de oito bilhões e vários destes, adeptos de alguma religião. Mas, independentemente de nossa religião, das idas à igreja aos domingos, dos rituais e orações, quando vamos no domingo responder à prova do ENEM ou na escola, quando respondendo às questões de ciências, a tendência correta deve ser sempre marcar naquilo que é de consenso científico e aceito, ou seremos tidos como inadequados para quaisquer coisas.
A longo prazo, priorizar o consenso científico em testes e exames pode trazer implicações significativas:
Fortalece a educação científica, promovendo uma compreensão mais sólida dos conceitos e métodos científicos, resultando em uma população mais bem informada e capaz de tomar decisões baseadas em evidências.
Impulsiona a inovação e o desenvolvimento tecnológico, essencial para resolver problemas complexos e promover avanços em diversas áreas. Influencia positivamente áreas como a medicina e a biologia, melhorando práticas de saúde pública, tratamentos médicos e pesquisas biotecnológicas. Decisões políticas baseadas em evidências científicas podem levar a políticas mais eficazes e sustentáveis em áreas como meio ambiente, energia e saúde.
Pode ocorrer uma maior separação entre a fé religiosa e a ciência, promovendo uma coexistência mais harmoniosa e respeito mútuo entre diferentes formas de conhecimento e crenças. Uma sociedade que valoriza o conhecimento científico pode ser mais crítica, racional e aberta ao diálogo, reduzindo o impacto de informações falsas e promovendo uma cultura de busca pela verdade.
Em resumo, priorizar o consenso científico em contextos educacionais pode resultar em uma sociedade mais informada, inovadora e resiliente, capaz de enfrentar desafios complexos de maneira eficaz e fundamentada.
Wesley Santos
Professor, Pesquisador e Escritor