Artigo – Você já ouviu falar sobre um transtorno chamado Dismorfia Corporal? A doença não é tão recente, mas o número de casos nunca foi tão grande quanto nas últimas décadas. A Disformia faz com que você tenha foco obsessivo em um defeito, que considera ter na própria aparência. O defeito pode ser pequeno ou até imaginado. Mas, a pessoa pode passar horas por dia tentando corrigi-lo. Pode levá-lo a experimentar muitos procedimentos estéticos (cirurgias reparadoras e plásticas) ou se exercitar em excesso. O motivo dos casos terem aumentado nos últimos anos, você já deve ter imaginado, as redes sociais e os altos padrões de beleza e estética que encontramos nas fotos e nos filtros que modelam a aparência das pessoas para uma “realidade” ideal, sem marcas ou imperfeições, padrões simétricos são montados em harmonizações. Entretanto, será que isto se trata de algo realmente importante ou saudável?
Obviamente você também já sabe a resposta, afinal não estamos falando de um tratamento para uma situação médica, mas sobre os sintomas de uma doença mental, cujos sintomas transformam as pessoas em poços de ansiedade e obsessão por um objetivo que jamais chegará. Existem entre as celebridades inúmeros casos de pessoas que realizaram procedimentos estéticos e passam horas e horas treinando, tomando substâncias nocivas em busca do corpo ideal.
Aumento dos Casos de Dismorfia Corporal
Nas últimas décadas, o aumento do número de casos de TDC tem sido atribuído, em grande parte, ao impacto das redes sociais e à proliferação de imagens altamente editadas e filtradas. As redes sociais criam um ambiente onde padrões de beleza irreais são constantemente exibidos e promovidos. A exposição contínua a essas imagens pode levar as pessoas a desenvolverem uma visão distorcida de si mesmas e a acreditarem que precisam alcançar esses padrões impossíveis de beleza.
Efeitos na mente das pessoas
As celebridades, em particular, são frequentemente vistas como modelos de beleza e perfeição. Muitas delas recorrem a procedimentos estéticos e rotinas de exercício intensas para manter uma aparência que se alinhe com esses padrões. Isso, por sua vez, reforça ainda mais a ideia de que a aparência física é de suma importância, o que pode influenciar negativamente a população geral.
Os sintomas de TDC podem levar as pessoas a:
- Procedimentos Estéticos Excessivos: Submeter-se a múltiplas cirurgias plásticas e outros procedimentos cosméticos na tentativa de corrigir os defeitos percebidos.
- Exercício Excessivo: Dedicar horas ao exercício físico, muitas vezes de maneira compulsiva, para alterar aspectos do corpo que consideram defeituosos.
- Uso de Substâncias Nocivas: Tomar substâncias, como esteroides, para melhorar a aparência física, o que pode ter consequências graves para a saúde.
Impacto na Saúde Mental e Bem-Estar
A dismorfia corporal não se trata apenas de uma questão estética; é um transtorno mental sério que pode resultar em ansiedade, depressão e até pensamentos suicidas. As pessoas com TDC frequentemente sentem uma insatisfação crônica com a própria aparência, independentemente de quantas mudanças façam. Isso cria um ciclo vicioso de ansiedade e obsessão, já que o objetivo de alcançar uma perfeição inalcançável nunca é atingido.
Importância do Reconhecimento e Tratamento
Reconhecer o TDC é crucial para fornecer o tratamento adequado. As opções de tratamento incluem:
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Ajuda os indivíduos a identificar e mudar padrões de pensamento e comportamento disfuncionais.
- Medicação: Antidepressivos, especialmente inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), podem ser eficazes no tratamento do TDC.
- Intervenções Psicológicas: Apoio psicossocial e intervenções educacionais para aumentar a conscientização sobre o transtorno e seus impactos.
Priorize sua saúde à sua aparência
O aumento dos casos de dismorfia corporal é um reflexo de uma sociedade que valoriza excessivamente a aparência física, muitas vezes à custa da saúde mental. É essencial abordar essa questão com sensibilidade e compreensão, promovendo um ambiente onde a diversidade de corpos seja celebrada e onde a saúde mental seja prioritária. Combatendo os ideais de beleza irrealistas e fornecendo apoio adequado, podemos ajudar a reduzir o impacto desse transtorno debilitante.
Wesley Santos
Professor, Pesquisador e Escritor