O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), questionou a legitimidade das eleições realizadas no final de 2024 para escolha de diretores escolares. Em entrevista exclusiva ao jornal Sou de Palmas, na tarde desta quarta-feira, 8, ele apontou falhas no processo, como a baixa participação da comunidade escolar e a falta de planejamento, e anunciou que medidas serão tomadas para revisar o modelo adotado. Apesar das críticas, o prefeito descartou, a princípio, a realização de novas eleições, defendendo a manutenção dos diretores que já estavam no cargo para garantir a continuidade dos trabalhos nas escolas.
De acordo com o prefeito, as eleições ocorreram no último dia do ano letivo, período em que muitos pais, alunos e servidores já haviam encerrado suas atividades escolares. “Apenas 10% da comunidade participou. Tivemos casos de diretores eleitos com menos de 10 votos, o que não reflete a vontade da maioria”, afirmou. O colégio eleitoral total incluía cerca de 67 mil pessoas.
Críticas e propostas de mudanças
Eduardo Siqueira criticou o calendário do pleito, realizado pela gestão anterior, e defendeu que futuras eleições sejam planejadas com mais antecedência, permitindo maior participação e representatividade. Ele sugeriu que o processo seja reavaliado para incluir critérios técnicos, como mérito e desempenho, além de promover maior envolvimento da comunidade escolar.
“Uma eleição realizada no final do ano, às pressas, não pode ser considerada democrática. Precisamos de planejamento, regras claras e maior transparência para que a escolha dos diretores realmente atenda às necessidades das escolas”, destacou o prefeito. Para ele, um momento mais adequado para o processo seria até agosto, garantindo tempo suficiente para organizar o pleito de forma eficiente.
Por enquanto, Eduardo Siqueira afirmou que os diretores que já estavam no cargo antes das eleições permanecerão. “É importante dar continuidade ao trabalho que já vinha sendo feito, ao invés de interromper abruptamente a gestão atual”, justificou.
Medidas a serem tomadas
Uma equipe técnica foi designada para analisar os casos em que diretores foram eleitos com um número muito baixo de votos. Segundo Eduardo, o objetivo é identificar irregularidades e revisar o processo sem prejudicar o funcionamento das escolas. “A prioridade é respeitar as comunidades escolares e tomar decisões técnicas, sempre com base no diálogo e na responsabilidade”, explicou.
O prefeito destacou ainda que a revisão do processo não significa desrespeitar os profissionais eleitos, mas sim buscar alternativas para garantir maior legitimidade e eficiência na gestão escolar.
Convocação de professores
Apesar das críticas ao modelo eleitoral, Eduardo Siqueira também celebrou os avanços na área da educação. Ele anunciou a posse de 535 professores e a convocação de outros 1.230 aprovados, que estão sub judice, garantindo o início do ano letivo na data prevista e com as escolas adequadamente estruturadas.
“A nossa meta é organizar a educação de forma que todos os envolvidos, desde alunos até os servidores, sejam beneficiados. Vamos continuar trabalhando para melhorar a qualidade do ensino e fortalecer a gestão escolar”, concluiu.