19 de abril de 2024 17:32


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Funcionários da coleta de lixo que hostilizaram jovem trans na região sul de Palmas serão demitidos; “Mais um absurdo”, diz Cinthia Ribeiro

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O caso envolvendo a jovem trans, Sandrey Santos, de 21 anos, hostilizada por coletores de lixo, em Palmas, nesta terça-feira, 03, que indignou muitas pessoas que se manifestaram nas redes sociais. O fato foi noticiado em primeira mão pelo Jornal Sou de Palmas.

Entre elas, a prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB), também expressou seu descontentamento postando em suas redes que ”O ódio, a intolerância, a violência, o extremismo, estão se tornando uma constante”, publicou a chefe do Poder Executivo Municipal.

Em sua postagem, a prefeita ainda destacou que o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos já notificou o gerente da empresa de lixo e o trabalhadores responsáveis foram demitidos.

Cinthia finaliza demonstrando sua insatisfação dizendo que o caso é mais um absurdo.

Veja o post abaixo:

Entenda o caso

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No mês em que é comemorado o Dia Internacional Contra a Homofobia, um caso ocorrido em Palmas chamou a atenção de internautas nesta terça-feira, 03. A jovem trans Sandrey Santos, de 21 anos, que mora no Setor Taquari, compartilhou no Instagram momentos de constrangimento e desespero, após agressões verbais proferidas por coletores de lixo que passavam pela mesma rua que ela.

’’Mais um momento horrível registrado em minha vida’’

Em conversa com a redação do Jornal Sou de Palmas, Sandrey relatou que estava voltando para seu serviço, em uma loja localizada no setor Taquari, região sul da Capital, por volta das 12h de hoje, quando um caminhão de coleta de lixo estava no caminho e deu a volta em sua direção. Nesse momento, os ataques começaram.

De acordo com Sandrey, os funcionários gritaram ofensas como ”seu viadinho”, ”sua bixa” e ”vira homem”. Ela conta que se sentiu completamente encurralada, pois estava sozinha na rua e chegou a pensar que sofreria agressões físicas.

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E meio ao desespero ela fala ainda que, felizmente, conseguiu ter forças para registrar o instante. Sandrey filmou parte do ocorrido para expor sua indignação. (veja vídeos no final)

Na publicação, a jovem comenta visivelmente abalada: ”Foi mais um momento horrível registrado na minha vida, nunca faltei com desrespeito com ninguém, principalmente com trabalhadores. E hoje eu fui vítima dessa situação”, declarou.

Nas postagens, Sandrey ainda mencionou o perfil da Prefeitura de Palmas, na tentativa do Município se manifestar de seu descontentamento.

Não é a primeira vez que acontece

Ainda ao Jornal Sou de Palmas, Sandrey confirma que não se trata da primeira vez em que foi vítima de homofobia pelos mesmos coletores.

Ela diz que as ofensas vêm acontecendo há algum tempo. Os garis passavam em frente a loja que Sandrey trabalha e proferiam, novamente, palavras de teor homofóbico.

Sandrey conta que se escondia no estabelecimento para não passar por isso todas às vezes em que o lixo era recolhido. Segundo ela, os colegas de trabalho são testemunhas das ofensas.

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Sandrey atesta que vai formalizar uma denúncia na delegacia e deixa uma mensagem de resistência: ”Não devemos baixar a cabeça para esse tipo de situação. Hoje fui eu, amanhã pode ser seu filho ou sua filha, deixaria ficar por isso mesmo?’’, concluiu ela.

Homofobia é crime

Quando um indivíduo LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queer, Intersexo, Assexual e demais grupos e variações de sexualidade e gênero) é agredido por palavras ou fisicamente por conta de sua orientação sexual, trata-se de um crime.

Conforme o artigo 20 da Lei 7.716/2018 (crime de racismo): “Praticar, induzir ou incitar a discriminação, ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Pena: reclusão de um a três anos e multa”, a homofobia já é criminalizada no Brasil.

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