A Polícia Federal cumpriu na manhã desta sexta-feira (18) mandados judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sob ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). As medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes incluem o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno, além da proibição de se comunicar com outros investigados, autoridades estrangeiras e de acessar redes sociais.
Segundo a decisão do STF, Bolsonaro está proibido de manter contato com diplomatas, embaixadores e réus de inquéritos ligados aos atos antidemocráticos. Também está vetado o uso de redes sociais, medida que amplia seu isolamento político e digital. O ex-presidente deverá permanecer em casa entre 19h e 7h, todos os dias, incluindo fins de semana.
A operação deflagrada hoje é um desdobramento de inquérito em andamento na Corte desde o último dia 11 de julho. As apurações envolvem suspeitas de tentativa de articulação contra instituições democráticas, além de declarações recentes de Bolsonaro. Em coletiva nesta quinta-feira (17), ele teria condicionado o fim de sanções dos Estados Unidos contra o Brasil à sua própria anistia, o que foi interpretado por Moraes como pressão indevida sobre o Judiciário.
Durante a operação, a PF localizou um pendrive escondido em um banheiro da casa de Bolsonaro, além de aproximadamente US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie. Os valores não são ilegais, mas a legislação exige declaração à Receita Federal para quantias superiores a US$ 10 mil em movimentações internacionais. O dispositivo eletrônico será periciado.
Outro item apreendido foi a cópia de uma petição da plataforma Rumble contra Alexandre de Moraes, em que a empresa alega censura e solicita que ordens judiciais brasileiras não tenham validade nos EUA.
A defesa do ex-presidente classificou as medidas como “severas” e afirmou ter recebido a decisão com “surpresa e indignação”. A ação da PF também alcançou endereços ligados ao Partido Liberal (PL), sigla de Bolsonaro.
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