Quase 50 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva foram cumpridos pela Polícia Federal de Campinas (SP), na manhã desta terça-feira (07). A operação foi montada para desarticular uma organização criminosa com focos em 12 estados e no Distrito Federal, responsável por fraudes no Auxílio Emergencial onde os roubos chegam a R$ 50 milhões
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“Após análises de RIFs (relatórios de inteligência financeira) e quebra de sigilos bancários, estima-se que a organização criminosa movimentou valores que ultrapassam os 50 milhões de reais, com mais de 10.000 (dez mil) contas fraudadas.”, disse a PF.
Os mandados foram expedidos pela 9ª Vara federal de Campinas e estão sendo cumpridos em Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Tocantins e no DF. Foi autorizado o bloqueio de bens e valores encontrados em nome dos investigados.
Cartões bancários, máquinas para efetuar pagamentos e outros objetos foram apreendidos – veja lista de cidades com mandados abaixo. Os dois mandados de prisão são para Goiânia e Brasília; detalhes ainda serão divulgados.
Ao todo, 37 envolvidos na operação estão sendo investigados pelos crimes de furto mediante fraude, estelionato e organização criminosa. As penas somadas ultrapassam 22 anos de prisão.
Cidades com busca e apreensão:
Brasília (DF): 2
Goiânia (GO): 13
Santo Antônio do Descoberto (GO): 1
São José do Rio Ribamar (MA): 2
Alta Floresta (MT): 1
Juína (MT): 1
João Pessoa (PB): 1
Paulista (PE): 1
Recife (PE): 1
Jaboatão dos Guararapes (PE): 1
Paudalho (PE): 1
Teresina (PI): 1
Colorado (PR): 1
Rio de Janeiro (RJ): 1
Nova Iguaçu (RJ): 1
Machadinho d’Oeste (RO): 2
Ariquemes (RO): 3
Porto Velho (RO): 3
São Leopoldo (RS): 1
Guarulhos (SP): 1
Sorocaba (SP): 3
Ibiuna (SP): 1
Valinhos (SP): 1
Araras (SP): 1
Marília (SP): 1
Palmas (TO): 1
Investigação começou em 91 benefícios
O Auxílio Emergencial foi lançado em abril de 2020 para ajudar os trabalhadores prejudicados pela pandemia da Covid-19.
As fraudes começaram a ser apuradas em agosto de 2020 após a Caixa Econômica Federal encaminhar informações à PF de Brasília sobre 91 benefícios do programa de renda complementar fraudados. Eles somavam R$ 54,6 mil e tinham sido desviados para duas contas bancárias de pessoa física e de pessoa jurídica, residente e sediada em Indaiatuba (SP).
Ao longo da investigação instaurada na Delegacia de Polícia Federal de Campinas “milhares de outras fraudes “foram reveladas, disse a PF.
“O rastreamento inicial das transações indicou que parte dos envolvidos nestas fraudes estava situada nos estados de Goiás e Rondônia, sendo este último, estado lugar de residência de familiares da pessoa física residente em Indaiatuba, SP.”, completou a corporação.
Outra etapa da investigação descobriu que os beneficiários suspeitos receberam valores que pertenciam a 359 contas do Auxílio Emergencial. Os pagamentos eram feitos por pagamento de boletos e transferências bancárias.
Ao todo, 200 policiais federais estão na operação, denominada Apateones, que significa fraudadores, em grego.
Apuração de fraudes massivas
As apurações foram realizadas em conjunto entre Polícia Federal, Ministério Público Federal, Ministério da Cidadania, Caixa, Receita Federal, Controladoria-Geral da União e Tribunal de Contas da União. Este grupo foi denominado Estratégia Integrada de Atuação contra as Fraudes ao Auxílio Emergencial (Eiafae).
“O objetivo da atuação interinstitucional conjunta é a identificação sistemática de fraudes massivas e a desarticulação de organizações criminosas, com a responsabilização de seus integrantes e a recuperação de valores para o Erário“, explicou a Polícia Federal.