Em depoimento para a polícia, a mulher que teve parte do corpo queimado pelo próprio namorado, em Araguaína, no norte do Tocantins, informou que o crime aconteceu após uma discussão por conta de uma roupa de frio.
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Segundo a polícia, o homem teria jogado gasolina na mulher e depois ateado fogo nela. 30% do corpo da vítima foi queimado. A mulher de 35 anos teve queimaduras no rosto, tórax e braços e precisa passar por cirurgia.
O crime aconteceu nesta terça-feira (1º) no setor Rodoviário. A delegada Sarah Lilian Resende ouviu a vítima e acompanha as investigações.
“Segundo os relatos da vítima, o seu namorado jogou gasolina e ateou fogo devido a um desentendimento por conta de um blusão de frio. Ela estava usando um blusão e o autor pediu para que ela desse para ele. Quando ela negou, os dois estavam consumindo drogas e bebidas, ele descontrolado jogou gasolina e ateou fogo”, contou a delegada.
A mulher foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e levada ao Hospital Regional de Araguaína, onde ficou internada. O estado de saúde dela é estável.
Momentos após o crime policiais militares fizeram buscas e encontraram o suspeito. Ao ser preso ele disse à corporação que tentou atear fogo em si mesmo, mas a namorada tentou impedi-lo e, por isso, ela teria sofrido as queimaduras.
O suspeito já tinha passagens pela polícia por furto e receptação. Após o flagrante ele foi levado à Delegacia da Polícia Civil de Araguaína.
Violência contra a mulher em Araguaína
Dados da Polícia Civil apontam que em 2021 a Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher (Deam) de Araguaína registrou 721 boletins de ocorrência, uma média de 60 casos por mês.
Só em janeiro deste ano foram registrados 67 boletins de ocorrência de violência contra a mulher na cidade. No mesmo período, 60 medidas protetivas foram estabelecidas. Os números podem ser muito maiores, já que nem todas as vítimas fazem denúncias quando sofrem algum tipo de violência doméstica.
Em 2022 um feminicídio e uma tentativa de feminicídio também foram registrados.
A delegada Sarah Lilian Resende afirmou que os casos precisam ser denunciados. “O que nós trazemos para as nossas vítimas hoje é que elas tenham coragem, que elas se libertem e que elas procurem ajuda”, disse.