Na última quarta-feira, a Polícia Federal (PF) realizou uma grande operação em Balneário Camboriú, Santa Catarina, resultando na prisão de várias pessoas por suspeita de fraude com criptomoedas. Entre os detidos está o empresário Alan de Barros, 32 anos, que ganhou notoriedade após um incidente em uma padaria de Barueri, na Grande São Paulo, onde foi ameaçado e expulso por utilizar seu notebook no estabelecimento.
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Operação Fast
A “Operação Fast”, como foi nomeada pela PF, teve como objetivo desmantelar uma organização criminosa envolvida em golpes financeiros através de Tokens Não Fugíveis (NFTs) e outras criptomoedas. Segundo as investigações, uma criptomoeda criada pela empresa de Alan prometia lucros acima do comum, o que teria afetado negativamente cerca de 22 mil pessoas, com prejuízos estimados em R$ 100 milhões.
Após a prisão, a defesa de Alan, representada pelo advogado Leonardo Dechatnik, emitiu uma nota declarando que o empresário e sua empresa, Unimetaverso Gestão Ativos Digitais e Marketing Ltda., nunca foram investigados anteriormente. Dechatnik destaca a importância de esclarecer os fatos, apesar do processo correr em segredo de justiça.
Lei o que diz a defesa na íntegra:
A defesa de Alan Deivid de Barros e da empresa Unimetaverso Gestão de Ativos Digitais e Marketing LTDA., representada pelo Dr. Leonardo Bueno Dechatnik, vem a público esclarecer informações a respeito da Operação Fast, na qual nosso cliente é investigado.
Desde o início das investigações, temos mantido uma postura colaborativa com as autoridades, buscando esclarecer os fatos da forma mais transparente e eficaz possível. É importante salientar que o processo corre em segredo de justiça, o que nos impede de divulgar detalhes específicos sobre o caso neste momento. No entanto, é do interesse de nosso cliente que a verdade seja plenamente esclarecida.
Refutamos categoricamente a alegação de que nosso cliente tenha subtraído a quantia de R$ 100.000.000,00 ou que tenha prejudicado entre 5 a 22 mil pessoas. Esses números, mencionados no relatório policial, são baseados em suposições da autoridade policial, sem comprovação efetiva. Até o momento, somente um número ínfimo dessas supostas vítimas efetuou denúncias formalmente, sendo a maior parte destas ex-colaboradores e concorrentes no setor empresarial.
Nosso cliente e sua empresa nunca foram objeto de processos por parte de investidores. Ademais, no relatório policial, identifica-se o caso de um indivíduo que se passou por vítima, mas que cometeu furtos de ativos virtuais da empresa e admitiu ter hackeado a plataforma. Sua confissão foi devidamente documentada em ata notarial, que foi anexada ao Boletim de Ocorrência e à notícia-crime, apresentada à delegacia de crimes cibernéticos de Curitiba.
Quanto à alegação de que os recursos subtraídos alcançam a cifra de R$ 100.000.000,00, é questionável a metodologia usada para chegar a tal conclusão, baseada em evidências frágeis como capturas de tela de conversas em aplicativos de mensagens e comentários não verificados.
Ressaltamos que a decisão de decretar prisão preventiva parece desproporcional, considerando que o caso não envolve violência ou grave ameaça, e que existem medidas cautelares mais adequadas para assegurar o andamento do processo. Alan Deivid de Barros, réu primário, profissional dedicado, não representa risco à sociedade.
A defesa está atuando de maneira criteriosa no acompanhamento da operação, e medidas judiciais estão sendo adotadas para corrigir o que consideramos ser uma arbitrariedade.
Estamos comprometidos em demonstrar a inocência de nosso cliente e esclarecer os fatos, sempre respeitando o processo legal e colaborando com as autoridades para a justa resolução deste caso.
Relembre o caso na padaria
O caso na padaria ganhou atenção quando Alan alegou ter sido vítima de tentativa de homicídio, entre outras acusações, após ser confrontado pelo proprietário do estabelecimento por usar seu notebook no local.
De acordo com Alan, por volta das 12h30 ele estava no local com alguns colegas quando o dono do estabelecimento chamou a sua atenção dizendo que ele não poderia usar um notebook no lugar.
Em um vídeo que circula pelas redes sociais, o comerciante diz ao cliente que ele mesmo determina o que é lei dentro da padaria, mostra o comunicado que impede o uso de eletrônicos no local e pede para que ele feche o aparelho.
“Larga de ser otá***, ‘bicho’. Fecha isso e se você não estiver bem, simplesmente se retire… Vai lá fora agora. Aproveita que já tem uma viatura ali, a gente chama a polícia e já resolve isso. Esse cara é um ‘trouxa’, vamos resolver isso lá fora. Eu e você. Você vai levantar? Você não é homem, cara, você é um bos**”, afirmou o proprietário.
Os clientes então decidiram ir embora quando foram seguidos pelo proprietário com um pedaço de madeira. Testemunhas que estavam em volta seguraram o dono do estabelecimento e impediram que a agressão acontecesse.