Ninguém gosta de ser obrigado a fazer algo que não deseja, certo? Agora, no mundo em que vivemos, faz sentido buscar fazer apenas o que desejamos? Eu diria que não, porque se assim fosse, aquele adolescente entediado com vida, que deseja ficar por horas em live ou maratonando aquele dorama novo, estaria condenado. Se você não acordar cedo, escovar os dentes, tomar uma xícara de café e correr para o trabalho (ou escola e faculdade), sabemos o que irá acontecer. Por que sentimos cada dia mais um peso gigantesco nas rotinas cotidianas e tudo parece cada vez mais desinteressante? As rotinas tem disso! Hoje tudo é recebido, visto e julgado muito rápido, estamos na era do assiste um pouco e “arrasta para o lado”, isso serve tanto para o instagram e facebook, até para aqueles apps de namoros.
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As consequências não poderiam ser mais desastrosas: nossa percepção da vida se torna monótona e chata! Não dá pra arrastar quando uma conversa com uma pessoa no mundo real, não está tão interessante quanto gostaríamos. Aquela aula se torna maçante, os níveis hormonais de substâncias que nos fazem ficar felizes abaixam, surgindo assim as crises existenciais, ansiedades e depressão.
Nossos filhos estão sentindo esse peso com mais intensidade, porque, diferente da maioria de nós, eles nasceram no auge de “bum” das redes sociais e streamings. O mundo se tornou lento demais e chato e isso se deve ao mundo digital ser tão responsivo e ágil. Mas, relaxa que tem cura! A ideia de desacelerar é valiosa. A busca por momentos significativos e reais pode realmente ajudar a restabelecer a conexão com o mundo ao nosso redor. A natureza, o exercício físico e os relacionamentos interpessoais são fundamentais para o bem-estar.
É essencial reconhecer os efeitos negativos que a excessiva exposição digital pode ter, especialmente nas gerações mais jovens. Ensinar e incentivar essas mudanças de estilo de vida desde cedo pode fazer uma grande diferença. Diminuir o ritmo exige uma série de pequenas mudanças (cada uma mais dolorosa que a outra), substituir aos poucos as longas horas online, por passeios ao ar livre, mesmo sendo óbvio as pessoas não fazem. Praticar exercícios físicos regulares (e não precisa postar o treino todo!), por fim, cultivar relacionamentos reais, pessoais e com tempo de qualidade. São pequenos passos em direção a realidades mais saudáveis. Se cuide, vá ao médico em 2024!
Professor Wesley Santos
Pesquisador, Pedagogo